O Emprego do Futuro
O que mais se ouve falar atualmente é que ainda nem se sabe quais serão os empregos do futuro. É verdade.
Primeiro, gostaria de tirar um pouco do drama que alguns fazem dessa perspectiva. Empregos sempre mudam, isso não é de hoje. Onde estão os datilógrafos (alguém não sabe o que seria?), as vagas de pessoas que faziam máquinas fotográficas, CDs, disquetes, filmes fotográficos, que revelavam filmes, etc.
Enfim, as coisas sempre mudaram. Não na velocidade de agora, mas sempre mudaram.
Eu sou publicitária e há dois anos deixei de atuar em comunicação. Minha profissão passa por alterações radicais e é pouco provável que eu volte para ela. Dezenas de comunicadores não atuam mais nessa área, porque muitas funções mudaram e outras deixaram de existir.
Sabe qual a diferença dos profissionais da minha geração que tiveram que mudar de área e a juventude de hoje?
Ninguém nos avisou. Já os estudantes de agora são diariamente alertados que têm que se preparar, aprender soft skills, dominar a tecnologia, serem disruptivos, não temerem as mudanças. Apesar do tamanho e da velocidade que o mercado de trabalho se transforma, ninguém pode dizer que não foi avisado.
É arregaçar as mangas e se preparar. Não se sabe quais serão os empregos do futuro, mas dá para já buscar uma preparação mínima e, principalmente, ter a mentalidade para eles.
O 1ºEmpregotech, lançado pela Prefeitura de Curitiba, é um passo importante para isso
O programa surgiu de um diálogo entre Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Endeavor, Assespro Paraná (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação), empresas, startups e a Fundação de Ação Social, responsável pelas políticas públicas de trabalho do município.
As empresas de tecnologia apresentaram suas dificuldades de contratação de mão-de-obra especializada. Ao mesmo tempo, demonstraram o desejo de colaborar para a construção de uma solução. Aí surgiu o 1ºEmpregotech, que irá oferecer gratuitamente curso de programação de computação para jovens de 16 a 22 anos.
Com duração de cinco meses, as aulas começam em fevereiro e os melhores colocados poderão ser contratos como aprendizes por startups e empresas de tecnologia de Curitiba e região. Além de capacitar em linguagem de programação, o 1ºEmpregotech vai trabalhar com os jovens as habilidades comportamentais exigidas pela nova economia, como raciocínio lógico, liderança, trabalho em equipe multidisciplinar e organização de tempo.
Não sabemos quais serão as profissões do futuro, mas podemos preparar os jovens para não ter medo delas
As inscrições para o 1ºEmpregotech podem ser feitas no site da Agência Curitiba.