TAIPÉ (Reuters) – A ajuda da Malásia é necessária para resolver a falta global de semicondutores para o setor automotivo, afirmou a ministra da Economia de Taiwan, Wang Mei-hua, nesta sexta-feira.
Taiwan, como um grande produtor de chips, tem ocupado o centro dos esforços para o fim da escassez de microprocessadores que tem causado paralisação de fábricas de veículos ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Falando em entrevista, Wang afirmou que Taiwan sozinha não vai conseguir resolver o problema porque a cadeia de suprimentos do setor de semicondutores é muito complexa.
“O gargalo de fato está no sudeste da Ásia, especialmente na Malásia, porque as fábricas lá fecharam todas por um tempo”, disse ela.
O problema é especialmente grave na área de empacotamento de chips para o setor automotivo. As empresas na Malásia fornecem este serviço e as de Taiwan não, afirmou Wang.
“Agora o foco está sobre a retomada de produção na Malásia assim que possível. Sei que a Malásia começou a retomar a capacidade de produção no início de setembro e agora a capacidade retornou a cerca de 80%, então se a capacidade deles estiver voltando, este problema poderá ser resolvido.”
A Malásia abriga fornecedores e fábricas que atendem produtores de semicondutores como as europeias e Infineon e STMicroelectronics, bem como montadoras de veículos com Toyota e Ford.
O presidente da Associação da Indústria de Semicondutores da Malásia, Wong Siew Hai, disse que grandes fabricantes de chips do país estão operando a plena capacidade para atender a indústria automotiva.
“No caso dos chips automotivos, eles estão fazendo o melhor possível, mas a atual capacidade não consegue atender a demanda porque ela é enorme, se acumulou muito”, disse Hai.
A Malásia é responsável por 13% do empacotamento e teste de chips no mundo, e 7% do comércio de semicondutores global passa pelo país.
(Por Ben Blanchard, Yimou Lee e Jeanny Kao)