Caso Leandro Bossi: pai chegou a reservar terreno para quando filho aparecesse

por Valeska Macedo
com supervisão de Ederson Hising
Publicado em 11 jun 2022, às 06h00. Atualizado em: 10 jun 2022 às 21h09.

João Bossi, pai do menino Leandro que desapareceu em 1992, aos 7 anos, em Guaratuba, no litoral do Paraná, não desistiu de reencontrar o filho até o fim da vida. Em abril de 2021, ele morreu depois de sofrer um mal súbito. Lucas Bossi, irmão do garoto por parte de pai, contou que João reservou um pedaço de terreno da família para quando o filho retornasse para a casa.

Na sexta-feira (10), o Governo do Paraná divulgou que o material genético de uma ossada é 99,99% compatível com o de Leandro Bossi, após teste de compatibilidade com a mãe do menino. A descoberta gerou revolta na família da vítima. Lucas Bossi afirmou em entrevista à RICTv que recebeu as informações em uma ligação de 10 minutos.

O fato de não ter sido indicado onde está a ossada do menino incomodou a família. “Enquanto a criança é desaparecida não tem funeral, ou velório. Então foi um despreparo que afetou a família toda”, disse Lucas.

Além do terreno, João Bossi fazia questão de sempre tornar o filho desaparecido presente nos encontros da família. O irmão de Leandro contou que o pai falava do garoto em todos os almoços de domingo e que se preocupava se o menino estaria bem alimentado.

“[O pai] sempre teve esse carinho em lembrar. Leandro nunca foi esquecido, nunca. Tanto que reservou pedaço do terreno com a esperança de que voltasse. Da maneira dele, do jeito que podia, sempre recordava. E nos fez entender que isso era muito importante sempre levar com a gente. Meu pai não desistiu nenhum dia”,

contou o irmão.

Ainda nos anos 1990, João fabricou uma faixa sobre o caso de Leandro e sempre realizava manifestações em Guaratuba, local em que o garoto desapareceu, em busca de solução.

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