Fala, Marc!

por Marc Sousa

A Polícia Civil do Paraná abriu uma investigação para apurar o caso em que militantes ligados a partidos de esquerda invadiram uma igreja católica em Curitiba, no último sábado (5). Conforme a polícia, o objetivo é esclarecer os fatos ocorridos durante a movimentação. A delegada responsável pelo caso será Daniela Correia Antunes Andrade.

O ato começou em frente a Igreja do Rosário de São Benedito, no centro histórico da capital paranaense, e contou com a liderança do vereador Renato Freitas (PT). Durante a ação, manifestantes portaram bandeiras de partidos de esquerda e gritaram palavras de ordem até que a manifestação se estendeu para dentro da igreja.

Pelas redes sociais, o vereador petista declarou que os manifestantes entraram na igreja porque os fiéis ficaram incomodados com o protesto, o que, segundo ele, não vai ao encontro dos ensinamentos cristãos, pois a movimentação ocorria justamente para cobrar justiça por um assassinato.

“Só entramos porque quem estava lá dentro se incomodou com a manifestação, enquanto que, se seguissem os princípios cristãos, somariam-se a manifestação”,

afirmou em uma resposta a um seguidor no Instagram.
(Imagem: Reprodução/Instagram)

Durante a sessão da CMC, nesta quarta-feira (9), Freitas afirmou que não tinha a intenção de magoar ou ofender o credo de ninguém.

“Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas e a elas eu peço perdão, pois não foi, de fato, a intenção de magoar ou ofender o credo de ninguém, até porque eu mesmo sou cristão”,

disse o vereador.

Repercutiu

O caso repercutiu em diferentes esferas. A Câmara Municipal da capital paranaense, por exemplo, agora analisa um pedido de investigação contra o vereador por falta de decoro, que é quando um parlamentar segue com uma conduta inadequada.

Além da CMC, entidades religiosas se manifestaram sobre o ocorrido e disseram repudiar o ato considerado criminoso. A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) emitiu uma nota em que ressalta o direito garantido pela Constituição de poder exercer a fé sem ser impedido. A União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas) também encaminhou um requerimento a CMC em que repudiou os atos e pediu a punição adequada ao vereador.

O deputado federal Filipe Barros enviou nesta quarta-feira (09) um ofício ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Paraná, Gilberto Giacoia, solicitando pronta instauração dos inquéritos e a responsabilização na seara criminal de todos os envolvidos na invasão à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no dia 5 de fevereiro, em Curitiba. Segundo o deputado, “um fato lamentável e não condizente com os preceitos mínimos de cidadania, de comum convivência e, principalmente, de tolerância religiosa”.

O presidente Jair Bolsonaro também se pronunciou sobre a situação e através das redes sociais disse que a manifestação representou “a verdadeira face do ódio”.

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9 fev 2022, às 17h45. Atualizado às 18h44.
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