Entenda como agia o médico que anestesiava e estuprava grávidas
Após o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, ser preso em flagrante por estupro, no último domingo (10), no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, outras possíveis vítimas estão indo até a delegacia para prestar depoimento.
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Giovanni, de 32 anos se formou em Medicina pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) em 2017, e fez especialização em anestesia em abril deste ano. Ele trabalhava no Hospital da Mulher apenas 2 meses como prestador de serviço como pessoa jurídica.
O comportamento do médico estava diferente de acordo com as funcionárias do hospital. Elas começaram a suspeitar do comportamento do médico no último domingo (10) após estranharem a quantidade de sedativos que ele aplicou em duas pacientes e a forma como ele se movimentava atrás do lenço esticado na sala.
Conforme relatos de familiares, em alguns dos casos, a paciente não conseguiu nem segurar o bebê com as mãos, pelo efeito da anestesia. Em um dos depoimentos, uma das mulheres afirma que ao acordar percebeu que estava sujo.
“Eu só lembro de ter acordado já muitas horas depois, toda suja de uma coisa branca, que foi relatado pela minha família. Entre o pescoço e a orelha. Só fui acordar no outro dia à tarde. Acredito que sim, que eu fui uma vítima”
contou.
Uma outra paciente também foi vítima do anestesista e deu detalhes em depoimento a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
“Quando retomei a consciência, só escutava a voz dele no centro cirúrgico. Tive a sensação de que estava sozinha com ele. Ele também falava os procedimentos baixinho no meu ouvido, isso me incomodou”,
contou Naiane.
Como foi gravado?
Em uma terceira operação, as funcionárias conseguiram esconder um celular na sala de cirurgias. Pelas imagens é possível ver ele e a mulher desacordada atrás de um pano, enquanto ele coloca o pênis na boca da vítima.
Em entrevista ao Balanço Geral RJ, a delegada Bárbara Lomba, da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, contou que a polícia foi acionada pelo hospital.
Ao chegarem à unidade, os agentes ouviram testemunhas e tiveram acesso ao vídeo gravado pela equipe de enfermagem, que já desconfiava da conduta do anestesista por procedimentos incomuns havia cerca de um mês.
“Na primeira, já observaram os mesmos comportamentos. Na segunda, um integrante teve que se aproximar por necessidade de um equipamento que teve problema, e a pessoa viu o pênis do médico exposto. Entre a segunda e a terceira cirurgia, decidiram, juntos, que iriam tentar fazer essas imagens e conseguiram filmar”,
explicou.
Momento da prisão
“”Há um vídeo?”, pergunta o médico.
“Estupro?”, indaga o anestesista.
Saiba como anda a investigação do médico anestesista
O anestesista Giovanni Quintella vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira (12). A investigação apontou que o abuso aconteceu antes do nascimento da criança, sem o marido da vítima na sala de cirurgia. Toda a ação durou cerca de dez minutos.
Segundo a polícia, o obstetra que realizou o parto no qual o anestesista Giovanni aparece abusando sexualmente da paciente é aguardado nesta terça-feira para prestar depoimento.
Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, cuja pena varia de 8 a 15 anos de reclusão.
O que diz a defesa?
A defesa dele informou através de nota que aguarda acesso ás provas e as falas de outras pessoas para se manifestar. Até o momento duas mulheres relataram que foram pacientes do médico durante o trabalho de parto. Ambas estranharam a forma como apagaram completamente durante o procedimento.
