Adiado pela sexta vez, júri de acusado de matar a ex com barra de ferro será realizado em 25 de novembro
O júri popular do acusado de matar a ex-companheira com golpes de barra de ferro, que seria realizado nesta quinta-feira (21), foi adiado pela sexta vez. Diferente das últimas mudanças de data, desta vez o motivo não foi o momento de pandemia e sim um atestado médico apresentado por um representante da defesa de Alisson Ferraz Barbosa.
“A defesa apresentou requerimento, pugnando pela redesinação da sessão do Tribunal do Júri designada para o dia 21 de outubro de 2021, às 8:00 horas, ao argumento de que não poderá participar da solenidade por estar em recuperação de procedimento cirúrgico, apresentando atestado médico para comprovação”,
informou um documento da Comarca de São Mateus do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
Diante do manifesto e da substituição do advogado de defesa do réu, o magistrado Ricardo Piovesan optou pelo adiamento para o dia 25 de novembro, às 8h. O sorteio dos 25 jurados será realizado dia 9 de novembro às 12h30.
Elza Ribeiro Micharski foi morta no dia 5 de maio de 2019, em uma praça pública da cidade de São Mateus do Sul. Segundo relatos, a mulher de 22 anos foi atingida por golpes de barra de ferro e na sequência foi atropelada.
O que dizem os advogados
Os representantes, de acusação e defesa, emitiram notas sobre o novo adiamento do júri popular. O doutor Igor José Ogar, que trabalha com a família de Elza, a nova remarcação é mais um sofrimento para os parentes.
“Quem mais sofre com isso são as pessoas que mais anseiam pela realização do julgamento, que são os familiares da vítima. Pois esperam que a justiça seja feita a mais de dois anos”,
comentou Igor Ogar.
Já Caio Percival, advogado do réu Alisson Barbosa, esclareceu o motivo para a solicitação do novo adiamento.
A incipiente Defesa Técnica de Alisson Ferraz Barbosa, no gozo de suas atribuições, vem a público esclarecer:
– Que o Senhor Alisson houve por bem, na data de ontem, constituir novos Procuradores;
– Que a nova Defesa Técnica, em havendo sido constituída em menos de 24 horas, não deu causa a redesignação da sessão plenária que restou marcada para o dia 25 de novembro de 2021;
– Por fim, que ao contrário do que vem sendo propalado, que o Sr. Alisson e sua Defesa querem a realização do júri, momento em que se colocará à disposição do acusado todos os recursos defensivos disponíveis em direito.
Relembre o caso
Alisson foi casado com a vítima por sete anos e não aceitava o fim do relacionamento entre os dois. Antes de ser morta, Elza registrou diversos boletins de ocorrência contra o ex-companheiro, que costumava ameaçá-la e segui-la pela cidade após o término.
Uma medida protetiva chegou a ser imposta pela Justiça, mas nunca foi respeitada pelo homem. Devido ao descumprimento recorrente e às ameaças de morte, a Polícia Civil abriu um inquérito sobre o caso, no qual o delegado solicitou a prisão preventiva de Alisson. No entanto, o pedido foi negado pelo Ministério Público.
No dia do crime – que ocorreu em uma praça pública da cidade, no dia 5 de maio de 2019 – Alisson desceu do carro com uma barra de ferro e começou a espancar a mulher, por ela estar conversando com amigos.
Após ser atingida na cabeça, Elza desmaiou e, foi então, que Alisson passou com seu veículo duas vezes em cima do corpo da ex-esposa. Ela chegou a ser socorrida e levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Alisson fugiu da cena do homicídio, mas foi preso pouco tempo depois. Em depoimento, prestado ainda em 2019, ele confessou o crime e não disse estar arrependido.
“Eu passei por ela de carro, fiz o balão na praça, estacionei o carro e daí fiquei parada uns cinco minutos só olhando. Daí, esse cara chegou mais perto dela, como eu já estava nessa situação, eu acelerei o carro e parei o carro no meio da via pública. Esse rapaz pulou o muro, não sei para onde foi. Aí, eu desci já com a barra de ferro na mão, daí já dei uma na cabeça dela, ela caiu, eu já dei mais umas duas três, peguei o carro, passeio por cima, não sei se foi da cabeça dela e dei a ré, passei por cima de volta e fui embora”,
contou Alisson, na época.
Socorristas que atenderam a mulher afirmaram, na ocasião, que não foram as pancadas na cabeça que tiraram sua vida, mas sim o atropelamento. Conforme eles, as rodas do carro passaram por cima do tronco de Elza, esmagaram o tórax e quebraram as costelas que, consequentemente, perfuraram órgãos internos.
Veja parte do depoimento do réu: