Personagem folclórico de Curitiba, ‘Mulher da Cobra’ está sem trabalhar e pede por ajuda

por Guilherme Becker
reportagem da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 29 jun 2020, às 15h09.

O curitibano que passa pelo Centro da cidade provavelmente alguma vez já ouviu ou então viu alguém comentando sobre a ‘Mulher da Cobra’ ou a ‘Borboleta 13’, que vendia bilhetes de loteria no Calçadão da Rua XV. Entretanto, a alegria de Teresinha Leonice Santos já não anima mais a esquina com a Monsenhor Celso desde janeiro, por conta de uma úlcera.

A mulher, que está com 70 anos, não pode mais ir trabalhar nas ruas e agora vive apenas com o benefício do governo. Porém o dinheiro é basicamente para as contas da casa, remédios, água e luz, e falta dinheiro para comida. 

“A gente chegou a ficar sem gás. Para você ter uma ideia, a gente improvisou um fogão com alguns tijolos e folhas para poder fazer a comida dela, pra ela não ficar sem alimento”, conta a neta Josiane.

Alegria da Mulher da Cobra deixa a Rua XV

Em janeiro deste ano, há mulher que trabalhou quase 50 anos nas ruas de Curitiba, teve que abandonar o local de trabalho. Por conta de uma uma úlcera na perna, Teresinha foi obrigada a ficar de repouso e esperava por uma cirurgia, que foi cancelada em virtude da pandemia do coronavírus.

“Começou uma feridinha na minha perna e daí começou a inchar muito meu pé, que eu não podia caminhar mais. Ia sentando de esquina em esquina, até chegar lá embaixo. Começou a comer a perna, daí peguei bactéria e foi um sacrifício para sarar. As médicas se reuniram e marcaram a operação da perna, mas não pode fazer por causa da pandemia, mas graças a Deus ela continuou a sarar”, contou Teresinha.

(FOTO: REPRODUÇÃO/ RIC RECORD TV)

Entretanto os dias em casa estão sendo difíceis. Com a renda do benefício a mulher mal consegue pagar as contas e precisa de ajuda para sobreviver. Uma das recomendações médicas é uma alimentação com base em proteínas, para fortalecimento. Porém, a idosa questiona “como vou comer carne todo dia se eu não estou trabalhando?”.

“Eu estou sobrevivendo com o salarinho que ganho do governo, que é benefício de idade, nem aposentadoria não é. Só que eu pago R$ 500 do terreno, tem água, tem luz, tem comida que às vezes eu preciso comprar alguma coisa, então, remédio, e às vezes não sobra nada nem para a mistura […] Verdura, fruta, essas coisas eu não tenho dentro de casa e a médica pediu para comer”, falou a Mulher da Cobra

Para dar suporte a mulher, que sempre ajudou a família, uma neta de Campo Largo veio para Curitiba. Na casa da idosa, Josiane Aparecida Vaiz auxilia nos trabalhos de domésticos, troca os curativos da Teresinha e dá todo suporte neste momento de necessidade, porém, pede por ajuda.

“A gente está precisando dos curativos, algumas medicações para lavar a perna, porque o curativo é uma pele que vai em cima da ferida. As comidas específicas, as proteínas que ela precisa consumir. Um suporte para colocar a pena dela porque já querendo fazer uma ferida no calcanhar, pelo fato do pé ficar muito encostado no sofá. E remédios, porque essa medicação não tem no posto”

A neta também destacou que está com os dois filhos menores em Curitiba e ambos não possuem muitas roupas para o frio. Moradores da região estão ajudando como podem, porém, outras doações são bem vindas.

Para ajudar a Mulher da Cobra entre em contato pelo telefone (41) 99871-9192.

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