Cobras no Distrito Federal: 20 serpentes já foram resgatadas; confira espécies
A picada de uma cobra naja em um estudante de medicina veterinária, em Brasília, no Distrito Federal, nesta semana, revelou um esquema de tráfico de animais silvestres. Somente de terça-feira (7) até este sábado (11) já foram resgatadas 20 cobras.
Além do réptil que picou Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, em um haras foram encontradas mais 16 animais e um outro criador entregou mais duas espécies ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Neste sábado (11) uma outra cobra que também seria do estudante foi encontrada.
Todos os animais passaram por exames e por ficarão quarentena, para saber se possuem alguma doença que possa contaminar outros répteis. As cobras resgatadas ficarão sob responsabilidade do Zoológico de Brasília.
Das 20 cobras resgatadas, a suspeita é que 18 seriam criadas pelo estudante que foi picado. Três colegas de Pedro henrique, que saiu do coma na última quinta-feira (9), contaram detalhes que podem levar a conclusão. Um dos ouvidos, revelou que após o acidente, no Guará, outros 16 répteis foram levados para um haras em Planaltina.
Já as outras duas cobras resgatadas pelo Ibama, foram entregues por um criador que se sensibilizou pelo momento. Os répteis são das espécies víbora-verde-de-vogel e jararacuçu, e ambos são peçonhentos. O proprietário não será punido pois realizou a entrega de forma espontânea.
Cobras resgatadas no Distrito Federal
Todos os anos diversos répteis são apreendidos em cativeiros irregulares. Entretanto, as cobras resgatadas no Distrito Federal surpreendem pelo risco que oferecem. A naja, por exemplo, não conta com soro antiofídico no Brasil. Foi conseguida uma dose para o estudante pois o Instituto Butantan mantém uma pequena quantidade caso algum profissional seja picado. Confira algumas das espécies resgatadas:
Cobra Naja
As najas são os animais tipicamente utilizados pelos encantadores de cobras na Índia. Os répteis são de origem asiática e africana, sendo proibida a criação no Brasil. O veneno da naja é capaz de matar um ser humano e foi essa que picou o estudante de veterinária em Brasília.
King snake, a cobra-real
Apesar do nome assustador, a king snake não é uma cobra venenosa. Nativa do sul do Canadá até o Equador, esse réptil se alimenta de outras serpentes, como por exemplo a cascavel. A cobra-real pode chegar a 1,5 metro de comprimento.
Jiboia
A jiboia assusta pelo tamanho. A segunda maior espécie do território nacional fica atrás apenas da sucuri, podendo chegar a 4 metros de comprimento. Por não ser peçonhenta, a serpente pode ser comercializada como animal de estimação. Entretanto, um abraço do animal pode ser mortal.
Cascavel
A cascavel é encontrada no território brasileiro e possui um veneno mortal. Famosa pelo guizo no final do corpo, o comércio deste animal é ilegal. Entre os alimentos desta espéscie estão pequenos roedores, aves e até pequenos mamíferos.
Periquitamboia
A periquitamboia tem nome mais popular como cobra-papagaio, jiboia-verde e araboia. Famosas por ocuparem copas de árvores, a espécie não é venenosa, porém, possui uma mordida dolorosa. No Brasil são encontradas na floresta Amazônica.
Jiboia arco-íris
Uma jiboia arco-íris foi encontrada na manhã deste sábado (11) em Brasília. A suspeita é que o animal raro da Amazônia, também seja do estudante picado pela naja. Esta serpente tem esse nome pois reflete diversas cores ao ser exposta em iluminação mais intensa, principalmente o sol. O animal não é peçonhento.
Jararacuçu
A jararacuçu é encontrada em território nacional e é bastante perigosa. O veneno desta espécie é forte pode deixar sequelas. O animal, ainda filhote, resgatado em Brasília, foi entregue por um criador, que disse que comprou a serpente pelas redes sociais.
Víbora-verde-de-vogel
A víbora-verde-de-vogel resgatada em Brasília foi entregue voluntariamente por um criador. O animal, que não é nativo do Brasil é altamente venenoso e não possui soro antiofídico em território nacional.
Atualização das cobras
No dia 16 de julho a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou uma nova fase da Operação Snake e apreendeu uma nova serpente na casa do estudante de medicina veterinária. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Conheça a nova amiga:
Corn Snake, cobra do milho
A nova serpente apreendida, a cobra do milho, tem origem americana e é bastante utilizada em exposições e também como alimentação de outras cobras. A espécie não é peçonhenta, porém não é permitido a criação em cativeiro.