Lockdown não é a única solução, o que falta é planejar outros caminhos
Há um ano todos nós sofremos com a pandemia. Entendemos o grave momento e nos solidarizamos com a dor de todas as famílias que perderam entes queridos. Nesses últimos doze meses, boa parte dos gestores públicos sempre agem da mesma forma, quando os casos aumentam fecham tudo.
Governadores e prefeitos lavam as mãos como Pôncio Pilatos, e simplesmente desligam cidades e estados inteiros. Pedindo que todos fiquem em casa, parecem apenas torcer para o vírus parar de circular, sem apresentar qualquer planejamento de como enfrentar de verdade tudo isso. Esse não pode ser o único caminho.
É preciso romper essa unanimidade do “fecha tudo”. Temos que nos antecipar aos problemas com planejamento, pensar em saídas além do fechamento e das restrições de circulação. Buscar soluções que aliem a prevenção para que Covid-19 não faça mais vítimas, sem descuidar do amanhã. Recessão econômica causa desemprego, fome e insegurança, e se não estivermos atentos isso pode também se tornar um novo problema fora de controle.
Não podemos cair na falsa dicotomia de escolher vidas ou dinheiro, não se trata de nada disso. A economia precisa de pessoas para existir, e as pessoas precisam de uma economia funcionando para viver em sociedade. Os dois pontos são fundamentais, se complementam. Aliás, sem dinheiro não vamos conseguir cuidar dos doentes.
O Grupo RIC defende a reabertura do mercado com os cuidados necessários. Temos que investir na conscientização individual das pessoas para que todos atendam os protocolos de segurança e precisamos programar os próximos passos. A palavra é planejamento, repito o caminho que ainda não foi trilhado foi o do planejamento, se antecipar aos problemas.
Assim como a iniciativa privada, o poder público precisa buscar soluções planejadas para os problemas, não fugir deles. Toda empresa para sobreviver no mercado tem que planejar seus próximos 10, 15, 20 anos. O poder público precisa fazer o mesmo.
Como será a saída disso tudo? E se o vírus não ceder? Se novas mutações aparecerem? E se a vacina não chegar a tempo? Como será a retomada da vida normal depois disso tudo? Precisamos ter estratégias bem definidas para cada um desses cenários. Temos que ter um planejamento de curto, médio e longo prazo e compartilhar com toda a sociedade o que vamos fazer.
O Grupo RIC convoca também as entidades da sociedade civil na criação de uma força tarefa na busca de soluções. Também é tarefa do setor produtivo pensar em saídas, não se pode apenas reclamar do poder público. A indústria, o comércio, o setor educacional e todos os outros precisam contribuir nessa estratégia de unir os cuidados com a saúde com a economia funcionando.
É dever de todos planejar o futuro. Precisamos nos unir em um esforço coletivo e democrático para acertarmos a direção. Tudo isso vai passar, mas precisamos saber com clareza como vamos chegar ao final dessa batalha. E o caminho é um só: planejamento.