Estudantes usam redes sociais para ensinar libras para profissionais de saúde; vídeo

Publicado em 7 jun 2021, às 16h03.

Uma iniciativa de dois estudantes de radiologia está humanizando ainda mais os atendimentos médicos e proporcionando inclusão para surdos que precisam de consultas e exames em Curitiba.

A ideia ganhou visibilidade pelas redes sociais. Andre Garcia, de 20 anos, começou a compartilhar a experiência de aprender a Língua Brasileira dos Sinais (Libras) para se comunicar com a colega de trabalho, Ana Carolina Nogueira Menegon de Almeida, de 27 anos. O que eles não esperavam, porém, era que os vídeos no Instagram repercutiriam até chegar no Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (Conter), que repostou uma das publicações e parabenizou os jovens.

“Como eu estava aprendendo Libras para me comunicar com a Ana então achei bacana compartilhar como estava sendo essa experiência. Junto com isso eu vi a importância que é um profissional preparado para atender um paciente surdo e como isso é escasso nas pessoas. Muitos não saem da sua zona de conforto e esquecem do próximo, não lembram que o que não é importante para você pode ser significativo para outra pessoa. Por isso a ideia de gravar vídeos ensinando alguns sinais básicos para atendimento ao paciente”.

Descreveu Andre Garcia.

Andre ainda conta que, após os vídeos serem compartilhados, recebeu relatos de outros profissionais da saúde, como enfermeiros, médicos, dentistas e fisioterapeutas, que usaram os sinais básicos que ensinou nos vídeos.

Veja o vídeo:

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Radlibras (@radlibras)

Para Ana Carolina, que já atendia surdos em outros locais de trabalho, esse atendimento é essencial para promover o bem-estar dos pacientes.

“A maioria dos surdos não tem boa oralidade ou não fazem leitura labial, deste modo, sofrem bastante porque o profissional nem sempre compreende as informações que ele passa e nem o profissional sabe se comunicar com o surdo. Isso acaba causando muitos problemas como diagnóstico ou tratamento errado”.

Frisa a estudante de radiologia.

Os jovens ainda pretendem levar o projeto adiante e já publicaram outros vídeos com orientações sobre como recepcionar os pacientes, verificar se ele está confortável e sobre possíveis dificuldades nas consultas.

“Também pretendo criar no futuro um projeto juntamente com os surdos formados na área da saúde, para criarmos um padrão de sinais na saúde e passarmos isso a diante, como ensinar em faculdades públicas e privadas, também como incentivar e alertar que isso é um direito obrigatório”.

contou Ana Carolina.

Andre conta que com feedbacks tão positivos, o perfil no Instagram pode se desdobrar até mesmo para um TCC: “ideias como artigos, TCC, e-books ou cursos também estão sendo discutidas”, revelou ele.

Todo o conteúdo pode ser conferido no perfil @radlibras, no Instagram.