Hemisfério Norte terá visão de alinhamento raro de Júpiter e Saturno

Publicado em 21 dez 2020, às 19h37. Atualizado às 19h40.

Por Peter Szekely

NOVA YORK (Reuters) – O céu sobre o Hemisfério Norte vai apresentar um espetáculo único para a atual geração na noite de segunda-feira, quando os dois maiores planetas do Sistema Solar irão percorrer seus trajetos no firmamento e parecerão se encontrar em um evento celestial batizado pelos astrônomos de “A Grande Conjunção”. 

O evento é uma quase convergência das órbitas de Júpiter e Saturno que coincide com o solstício de inverno, o dia mais curto do ano, no Norte, nesta segunda-feira. As condições irão fazer com que as duas esferas de gás congelado pareçam mais próximas e mais vibrantes do que em qualquer momento dos últimos 800 anos, contanto que o céu esteja claro o bastante para a observação. 

Pense que os dois planetas estão em uma pista de corrida, cada um em sua pista, disse Henry Throop, astrônomo da Nasa em Washington. 

“Do nosso ponto de vista, poderemos ver Júpiter na pista de dentro, se aproximando de Saturno durante o mês inteiro e finalmente fazendo a ultrapassagem no dia 21 de dezembro”, afirmou Throop em um comunicado na semana passada.

O quão próximos parecerão estar os dois planetas? Cerca de um décimo de um grau de distância, o que é aproximadamente a grossura de uma moedinha de dez centavos de dólar na distância de um braço, informou a Nasa. Na realidade, é claro, os dois planetas irão permanecer a centenas de milhões de quilômetros de distância um do outro, disse a nota da agência espacial norte-americana. 

A conjunção entre os dois planetas acontece a cada 20 anos. Mas a última vez que Júpiter e Saturno estiveram tão próximos foi em 1623, e a passagem não foi visível em grande parte dos lugares da Terra. A última conjunção visível aconteceu bem antes dos telescópios serem inventados, em 1226, enquanto a Catedral de Notre Dame, em Paris, era construída. 

O brilho dos dois planetas conforme quase se tocam no céu convidou à especulação inevitável sobre se eles seriam a “estrela do Natal” que o Novo Testamento descreve como tendo guiado os três reis magos até o menino Jesus.

Mas o astrônomo Billy Teets, diretor interino do Observatório Dyer da Universidade Vanderbilt em Brentwood, Tennessee, disse que uma grande conjunção é apenas uma das várias explicações possíveis para o fenômeno bíblico.

“Acho que há muito debate sobre o que poderia ter sido”, disse Teets à WKRN-TV em Nashville em uma entrevista recente.

(Reportagem de Peter Szekely em Nova York; reportagem adicional de Joey Roulette em Washington)

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