Júri popular dos acusados da morte de empresário que investigava fraude em postos de combustível é marcado para 12 de agosto

Publicado em 13 jul 2021, às 11h19. Atualizado em: 12 ago 2021 às 13h58.

A Justiça marcou para o dia 12 de agosto o júri popular de quatro réus suspeitos de envolvimento na morte do empresário Fabrizzio Machado da Silva. O homem, que na época do crime tinha 34 anos, era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e foi morto a tiros no momento em que chegava em casa, no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba. O assassinato aconteceu no dia 24 de março de 2017.

Fabrizzio participava de uma investigação sobre possíveis fraudes em postos de combustíveis em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Poucas horas após um encontro com jornalistas, o empresário foi executado em frente a sua residência.

No dia do crime, os suspeitos bateram na traseira do carro de Fabrizzio e no momento em que ele desceu para ver o estrago, acabou sendo baleado e não resistiu.

Os quatro acusados que irão a júri popular são: 

  • Onildo Chaves de Córdova II
  • Jeferson Rocha da Silva
  • Patrick Jurczyszyn Leandro 
  • Matheus Willian Marcondes Guedes

Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Onildo é o responsável por encomendar a morte de Fabrizzio. Matheus e Patrick estavam no carro que bateu no veículo da vítima – Matheus dirigindo e Patrick teria sido o autor dos disparos. Já Jeferson foi apontado como intermediador.

Morte de Fabrizzio

Fabrizzio presidiu a ABCFC e realizava uma investigação quando foi assassinado. Na época, operações de fiscalização chegaram a fechar alguns estabelecimentos na Grande Curitiba.

Dois dias depois de sua morte, em 26 de março de 2017, a Polícia Civil do Paraná deflagrou a Operação Pane Seca que interditou nove postos de gasolina em Curitiba e na região metropolitana.

Seis pessoas foram presas durante a operação “Pane Seca” deflagrada pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), suspeitas de integrar duas quadrilhas que fraudavam a quantidade de combustível que sai das bombas – gerando prejuízo aos motoristas e ganhos para as organizações criminosas.

A investigação do Diep, que resultou na Operação Pane Seca, teve início a partir de requisição da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Paraná, que recebeu informações da ABCFC, da qual Fabrízzio era presidente. A ABCFC denunciou que alguns postos de combustíveis estariam fraudando a quantidade de combustível no momento do abastecimento.

Para a fraude funcionar, integrantes das quadrilhas instalavam dispositivos eletrônicos nas bombas, que interrompiam o fluxo de combustível efetivamente expelido, sem que houvesse interrupção na medição da quantidade de litros a ser paga pelo consumidor. Assim, a quantia de combustível de fato inserido nos tanques dos veículos de consumidores seria inferior à registrada nas bombas, fazendo com que os clientes pagassem valores a mais em cada abastecimento. 

Tais dispositivos, segundo consta, poderiam ser ativados remotamente, podendo os criminosos escolher o momento mais propício para seu acionamento – o que também dificultaria a atuação dos órgãos fiscalizadores.