Maio Laranja: a cada hora, 10 crianças sofrem algum tipo de violência no país
O Maio Laranja é destinado ao combate a exploração e violência sexual contra as crianças e adolescentes. Com a pandemia, os números relacionados a estes crimes diminuíram, mas isso não significa que não estão mais acontecendo, pelo contrário, eles não estão sendo denunciados.
A cada hora, dez crianças sofrem algum tipo de violência no país, seja física, psicológica ou sexual, e muitas delas não têm nem idade para pedir socorro.
Dados do Ministério Público e do conselho tutelar mostram que bebês de até um ano representam 7,3% dos 2.773 casos registrados neste ano e a lesão corporal, dentro de casa, está no topo da lista.
A denúncia é a única forma de evitar que crianças e adolescentes continuem sofrendo caladas, mas, muitas vezes, quem tem o papel de proteção, exerce a omissão.
Com a pandemia, os números de denúncias despencaram, mas isso não quer dizer que a violência acabou. Segundo o Ministério Público do Paraná, 70% dos abusos acontecem por familiares e o isolamento social expõe, cada vez mais, as vítimas e com afastamento dessas crianças e adolescentes das escolas, local onde grande parte das violências são identificadas, os casos não chegam ao conhecimento das autoridades.
Com mais tempo em casa, outro problema surge: a exploração do trabalho infantil doméstico. Crianças e adolescentes são obrigados a desempenhar tarefas de adultos que extrapolam um simples auxílio nas atividades do dia a dia.
A paternidade e a maternidade não são tarefas simples, todos cometem erros e acertos durante a criação dos filhos, principalmente em uma geração que aprendeu levando palmadas ou cresceu com a infância privada, mas nada disso justifica nenhum tipo de violência. Por isso, as denúncias chegam como “suspeita” ao Conselho Tutelar.
Depois disso é que um trabalho em rede é feito para filtrar os casos mais graves.