Marcado por crimes, condomínio Serra do Mar começa ser revitalizado
Após quase dez anos servindo como palco de assassinatos e do tráficos de drogas, o Condomínio Serra do Mar, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, começou a ser revitalizado pelo poder público nesta quinta-feira (12).
Para entender a história do condomínio, é preciso voltar ao ano de 2012, quando 594 famílias em situação de vulnerabilidade social foram alocadas em 18 blocos de edifícios no bairro Riacho Doce. No entanto, o que era para ser uma história feliz acabou se tornando um pesadelo diário, já que também foram transferidos para o local traficantes, foragidos da Justiça e todos os tipos de infratores. Assim, não demorou muito para que as facções criminosas tomassem o poder e passassem a controlar a vida de todos que não tinham envolvimento com o tráfico.
Segundo relatos de moradores, os bandidos administravam o Condomínio Serra do Mar, que passou a ser chamado de ‘Serra do Mal’ ou ‘Condomínio da Morte‘, da forma como queriam. Eles expulsavam famílias dos apartamentos, para serem usados como pontos de venda de drogas ou de encontro; impediam a entrada de estranhos no local, inclusive, punindo os moradores que desobedecem a ordem; realizam rondas diárias e usavam a intimidação e o terror como forma de manter o comando.
O próprio secretário municipal de Habitação e Defesa Civil, Adriano Muhstled, explica que o condomínio, cercado por muros altos, era usado como uma espécie de fortaleza do crime. “Antes nós tínhamos um problema de encastelamento, o crime organizado estava encastelado aqui dentro, dominava, nós temos ainda um caminho árduo pela frente”.
Segundo Muhstled, serão investidos R$ 8 milhões com a intenção de aumentar a segurança e melhorar a qualidade de vida das famílias, e também expulsar o crime do condomínio. Para tanto, a primeira ação foi derrubar os muros que rodeavam os prédios e as vias antes internas, agora, foram transformadas em vias públicas.
“A partir de agora o Condomínio Serra do Mar deixa de existir, nós teremos aqui o Residencial Flores. O crime organizado estava encastelado aqui dentro, dominava. Nós temos ainda um caminho árduo pela frente, nós estamos executando, é um projeto, continua. Serão obras de luz, saneamento, gás. A gente vai ter aqui ainda um projeto de paisagismo, um projeto de iluminação pública e vamos colocar extensões da Secretaria de Trabalho e a Secretaria de Cultura, onde eram os salões de festa”,
diz o secretário.
Por fim, Muhstled garante que todas as famílias que precisaram abandonar suas residências devido às facções criminosas serão amparadas. Aquelas que realizaram a anulação do contrato podem ser inseridas em outros programas de habitação social e aquelas que não fizeram a rescisão poderão retornar para os apartamentos no Residencial Flores.
