Chárreata reúne mais de 80 carros em Curitiba e mãe comemora: "buzina emitiu amor"

Publicado em 3 ago 2020, às 20h54.

A vinda da pequena Rafaela sequer era esperada pela mãe Priscila Luciene Santos de Lima, de 37 anos. Com endometriose, a advogada e professora universitária já sabia que não podia ter filhos, mas foi surpreendida. Grávida de oito meses, ela teve uma segunda surpresa neste final de semana: uma das maiores chárreatas de Curitiba para comemorar a chegada da filha.

Priscila mobilizou os amigos, familiares e planejaram tudo para manter o tradicional chá de bebê, mas de um jeito que fosse possível no momento: todo mundo dentro do carro, passando e deixando os presentes, mas aproveitando para dar aquele oi de longe. A concentração foi na calçada mesmo, na Avenida Água Verde, no bairro Água Verde, em Curitiba.

Descobri da gravidez quando já estava na quarentena, de quatro para cinco meses. Nenhum parente e nenhum amigo conseguiu vir me ver. Por isso, tivemos a ideia de fazer a chárreata. Queria pelo menos fazer alguma coisa para não passar em branco e termos fotos para mostrar para a minha filha”, contou a advogada.

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Foto: Arquivo Pessoal.

Chárreata em Curitiba reuniu mais de 80 carros

Tudo foi planejado para até mesmo combinar com o enxoval da pequena Rafaela, que está sendo montado com tema de safari. “Tenho um amigo que tem um Jeep. Pedi que trouxesse o carro, marcamos um ponto de encontro para que todo mundo chegasse e fossem juntos até o local do chá, onde montamos uma barraca para guardar os presentes e eu fiquei na calçada”.

Ao todo, a chárreata da Rafaela reuniu mais de 80 carros. “Foi lindo. Pra mim, o que foi feito está ótimo, porque não gosto daquelas comemorações tradicionais, de pintar barriga e tudo mais, então foi o ideal. Mesmo de longe, consegui ver todo mundo, conversar com todo mundo, adorei”, comentou Priscila.

Mesmo num momento em que o distanciamento social se faz importante, a mãe de primeira viagem disse que sentiu ainda mais união de sua família e de seus amigos. Para quem passava pela chárreata, Priscila entregava uma marmitinha com docinhos para comer em casa. Até o bolo e os docinhos foram feitos por sua irmã, que nem confeiteira é, mas que resolveu botar a mão na massa pela sobrinha e afilhada.

Minha irmã, que é a madrinha da bebê, fez tudo para ajudar, inclusive os docinhos das marmitinhas. A gente se sentiu ainda mais unido, mesmo num momento de afastamento. Conseguimos compartilhar com os amigos mesmo distantes, todo mundo foi se vendo mesmo dentro do carro”.

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Foto: Arquivo Pessoal.

Filha é um milagre para Priscila, que não podia engravidar

Rafaela vai ser a primeira filha de Priscila, que nem filho poderia ter. “Já tinha sido diagnosticada com infertilidade. Não ovulava mais, então nem esperava que poderia um dia engravidar. Primeiro foi a surpresa da gravidez, um milagre de Deus, depois essa comemoração de um jeito diferente“.

“Foi bem divertido, emocionante. Todo mundo buzinando com os carros, parecia que a buzina emitia sentimento de amor, luz, felicidade”, comentou Priscila.

Programada para nascer até, no máximo, em setembro, Rafaela nem sabe, mas vai ter muita história para ouvir e muitos vídeos para ver quando crescer um pouco. “Sem dúvida alguma. Ela foi um milagre em minha vida e me permitiu ainda ter um momento muito emocionante“.