Presidente do Quirguistão declara estado de emergência

Publicado em 9 out 2020, às 08h49. Atualizado às 08h51.

Por Olga Dzyubenko

BISHKEK (Reuters) – O presidente do Quirguistão, Sooronbai Jeenbekov, declarou nesta sexta-feira estado de emergência em Bishkek e ordenou que tropas fossem às ruas da capital à medida que manifestações tomam o país da região central da Ásia.

O gabinete de Jeenbekov informou em um comunicado que o estado de emergência, o qual inclui toque de recolher e fortes restrições de segurança, entrará em vigor de 20h desta sexta-feira até às 8h de 21 de outubro, no horário local.

Sua ordem não mencionou quantos soldados seriam enviados, mas eles foram instruídos a usar veículos militares, estabelecer postos de controle e evitar confrontos armados.

Mais cedo, o presidente havia dito que estava pronto para renunciar assim que um novo gabinete fosse anunciado, à medida que políticos buscam uma solução para o vácuo de poder que levou Moscou a mencionar a obrigação da Rússia de garantir a estabilidade.

Grupos de oposição discutem entre si desde que tomaram edifícios do governo e forçaram a anulação do resultado de uma eleição contestada nesta semana.

Eles deram o primeiro passo para uma consolidação, despertando a esperança no fim de uma crise, mas milhares de seus seguidores foram às ruas em manifestações divergentes que políticos disseram representar um risco de violência. A oposição se divide em 11 partidos que representam interesses de clãs em um país que já viu revoltas populares deporem dois presidentes desde 2005.

A Rússia descreveu a situação no Quirguistão, que faz fronteira com a China e abriga uma base militar russa, como “uma bagunça e um caos”.

A crise testa o poder do Kremlin de moldar a política em sua antiga esfera de influência soviética em um momento no qual um confronto emergiu entre a Armênia e o Azerbaijão e Belarus também está mergulhado em protestos.

Depois de forçarem o gabinete a renunciar e a comissão eleitoral a anular os resultados da eleição parlamentar de domingo, grupos de oposição quirguizes ainda não acertaram quem conduziria um governo interino.

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