Se guerra aumentar prejudicará produção de alimentos, diz Bolsonaro
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro revelou preocupação nesta quinta-feira (17) com a possibilidade de a guerra na Ucrânia se ampliar e afetar a produção mundial de alimentos, inclusive no Brasil.
“A guerra que pode mesmo começar matará mais gente do que a primeira e a segunda guerras mundiais juntas. É a guerra que trata simplesmente dos nossos alimentos, segurança alimentar”, disse Bolsonaro.
“Ficamos sem um montão de coisas, mas não ficamos sem comida. Se essa guerra se aprofunda, se medidas drásticas começam a ser adotadas de um lado ou de outro, faltará o básico para nós”, completou.
Bolsonaro falou em um discurso no Palácio do Planalto durante a apresentação de medidas que vão liberar 150 bilhões de reais em ações que incluem adiantamento do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, ampliação de microcrédito e crédito consignado e liberação de parte de recursos do FGTS.
Em ano eleitoral, as medidas visam irrigar a economia e atender a população mais pobre, em que o presidente tem menor intenção de voto para as próximas eleições.
Em meio a uma inflação que atinge em cheio o Brasil –e cuja previsão para este ano o governo revisou de 4,70% para 6,55%, depois de ter fechado 2021 em 10,06%– o presidente tentou mais uma vez se esquivar de responsabilidade sobre o aumento dos combustíveis, responsabilizando o ICMS, imposto estadual, e reafirmando que não tem poder sobre a Petrobras.
“Me culpam pelo aumento dos combustíveis. Eu não tenho poder sobre a Petrobras. Não posso nem vou interferir”, disse, mesmo tendo reclamado publicamente sobre a empresa não ter segurado o reajuste dado na semana passado e ter criticado os dividendos pagos a acionistas.