Vaticano espera "vislumbre de consciência" de líderes sobre situação na Ucrânia

Publicado em 24 fev 2022, às 12h50. Atualizado às 14h36.

CIDADE DO VATICANO (Reuters) – O Vaticano, em seu primeiro comentário sobre a invasão russa da Ucrânia que começou nesta quinta-feira (24), disse que espera que aqueles que têm nas mãos o destino do mundo tenham um “vislumbre de consciência”.

Líderes mundiais acusaram o presidente russo, Vladimir Putin, de uma flagrante violação do direito internacional ao lançar o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Uma declaração do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, não mencionou o líder russo pelo nome.

“Os cenários trágicos que todos temiam estão infelizmente se tornando realidade”, disse Parolin, que ocupa o segundo lugar na hierarquia do Vaticano, abaixo apenas do papa Francisco.

“Mas ainda há tempo para a boa vontade, ainda há espaço para negociação, ainda há espaço para se exercer uma sabedoria que impede a prevalência de interesses sectários, que protege as legítimas aspirações de todos e poupa o mundo da loucura e dos horrores da guerra”,

disse.

“Nós, fiéis, não perdemos a esperança de um vislumbre de consciência daqueles que têm nas mãos os destinos do mundo.”

Parolin reiterou parte de um apelo feito na quarta-feira (02) pelo papa, que advertiu contra “desacreditar o direito internacional”.

Francisco proclamou a Quarta-feira de Cinzas, que marca o início do período cristão da Quaresma e cai no dia 2 de março neste ano, como um dia internacional de jejum e oração pela paz.

“Este apelo assume uma urgência dramática após o início das operações militares russas em território ucraniano”, disse Parolin.

Enquanto Parolin adotou uma linguagem diplomática cautelosa, evitando palavras como “invasão” e “ataque”, o jornal do Vaticano, L´Osservatore Romano, foi mais direto

Em sua primeira página, o jornal publicou a manchete “Ucrânia Sob Ataque – A Hora Mais Escura”, com uma foto de fumaça escura sobre uma cidade ucraniana que havia sido atingida por um míssil.

Por Philip Pullella