A eficácia do antiviral é maior nas primeiras 48 horas desde o surgimentos dos sintomas. “Se antes tínhamos indícios, agora temos informações concretas de que o tratamento, no momento adequado, ainda não está sendo adotado em todos os serviços”, disse o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. “Consideramos de fundamental importância que os profissionais prescrevam e forneçam, o mais rápido possível, o antiviral”, alertou.
Algumas das pessoas mortas, que tiveram o tratamento tardio, também apresentam histórico de mais de um atendimento em serviços de saúde, antes da última internação. A investigação do ministério aponta ainda a presença de comorbidades (quando duas ou mais doenças têm causas relacionadas) no perfil de parte das vítimas. As principais doenças identificadas foram cardiopatias, pneumopatias, obesidade e diabetes, predominantemente entre homens de 40 a 59 anos de idade.
Uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao estado de Santa Catarina no último dia 15 de junho, a pedido da Secretaria Estadual de Saúde. Os técnicos revisaram prontuários de atendimento e fizeram visitas domiciliares para complementar as informações.
Os médicos de todo o país estão orientados a prescrever o Tamiflu aos pacientes que apresentarem quadro de síndrome gripal, mesmo antes dos resultados de exames ou sinais de agravamento. A síndrome gripal se caracteriza pelo surgimento simultâneo de febre, tosse ou dor de garganta, somados à dor de cabeça, dor muscular ou nas articulações.
O medicamento foi retirado esta semana da lista de substâncias sujeitas a controle especial. Com a medida, o Tamiflu passou a ser comercializado nas farmácias com receita médica simples, e não mais em duas vias. O antiviral também está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).