A adição de flúor à água tratada no Paraná – programa que atende 98% da população – permitiu a redução de 53% no índice de cárie no Estado. Os dados foram apresentados ontem (11) pela Secretaria de Estado da Saúde e pela Sanepar, durante o seminário “30 Anos da Expansão da Fluoretação das Águas de Abastecimento do Paraná”, que reuniu em Curitiba profissionais da área da saúde e de saneamento, professores e estudantes.
“Esta é uma parceria que deu certo”, disse o coordenador do programa de saúde bucal da secretaria, Leo Kriger. Ele destacou a visão de Omar Sabbag, que em 1958, como diretor do departamento de Águas e Esgoto do Estado, iniciou a fluoretação no abastecimento público de Curitiba, a primeira capital brasileira a contar com o serviço. “Sua visão de futuro proporcionou os avanços que presenciamos hoje em todas as regiões do Paraná”, disse Kriger.
O diretor de Operações da Sanepar, Paulo Dedavid, relatou as etapas cumpridas pela companhia para financiar o sistema. Segundo ele, em 1982 a Sanepar conseguiu que o Banco Nacional de Habitação, atual Caixa Econômica Federal, liberasse os recursos para a compra de equipamentos e dos produtos químicos para ampliar o programa de fluoretação a todos os municípios atendidos pela companhia paranaense de saneamento.
Em 1982, somente 16 cidades tinham água tratada com flúor no Paraná: Curitiba, Cornélio Procópio, União da Vitória, Maringá, Jacarezinho, Umuarama, Londrina, São José dos Pinhais, Pinhais, Telêmaco Borba, Primeiro de Maio, Paranavaí, Colombo, Bela Vista do Paraíso, Cascavel e Mandaguari.
Em 1983, o então governador José Richa determinou que a Secretaria da Saúde e a Sanepar ampliassem o sistema para todo o Estado, o que aconteceu gradativamente nos anos subsequentes. Hoje, 390 municípios são atendidos e a Sanepar estuda soluções técnicas para atender os nove restantes.
Estudos da Universidade de São Paulo (USP) apontam que na região Sul do país 70% da população é atendida com adição de flúor no sistema público de abastecimento. Na região norte, são apenas 7% e no Nordeste, 15%.