Após anunciar demissão de 5 mil trabalhadores, Volkswagen negocia acordo que garante empregos por 5 anos
Em agosto, a Volkswagen estava cogitando reduzir as equipes de suas montadoras do Brasil. Na ocasião, de acordo com os sindicalistas, a empresa propôs a redução de 35% da mão de obra no Brasil, distribuída em três fábricas no estado de São Paulo e uma em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Ao todo, o corte representaria a demissão de cerca de 5 mil funcionários de diferentes setores.
Em acordo com sindicato, Volkswagen apresenta proposta e funcionários aprovam medidas
Nesta quarta-feira (16), uma votação online através da ferramenta “votasmc” aprovou as propostas apresentadas pela empresa. O acordo coletivo garante manutenção dos postos de trabalho por cinco anos, além de um Plano de Demissão Voluntária (PDV).
Dos 2136 votos, 18(0,84%) foram nulos, 7(0,32%) brancos, 35(1,63%) contra e 2076(97,19%) a favor da proposta. O acordo foi apresentado em assembleia na porta da fábrica pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).
A proposta garante os empregos através do Layoff – suspensão do contrato de trabalho com o trabalhador recebendo seguro desemprego e a empresa complementando o salário até 82,5%.
Além disso, o acordo estabeleceu um Plano de Demissão Voluntária (PDV), Data base e Participação nos Lucros e Resultados de R$ 12.800,00 para 2020 com reajuste pelo INPC até 2024, sendo o percentual garantido de pagamento da primeira parcela estipulado em 52% do valor total da PLR do ano anterior.
De acordo com Sérgio Butka, presidente do SMC, o maior objetivo era evitar as demissões e buscar alternativas para manter os empregos e a competitividade da empresa no mercado.
“Graças ao bom senso de ambas as partes conseguiu-se tirar uma proposta de preservação e garantia dos postos de trabalho pelos próximos cinco anos. Com isso, há tranquilidade para que o trabalhador possa desempenhar bem sua função e a empresa possa se planejar para enfrentar o momento difícil pelo qual o país passa”.
Acordo levou quatro semanas para ser elaborado
A manutenção dos postos de trabalho foi construída entre Sindicatos representantes dos trabalhadores nas 4 plantas do Brasil: SJP-PR, São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos-SP), além das respectivas comissões de fábrica e direção nacional da montadora. Ao todo, foram quatro semanas de negociação.
Com o acordo coletivo, o número excedente de trabalhadores de cada planta será administrado através do Layoff e do Plano de Demissão Voluntária (PDV) com valores que variam conforme tempo de casa. Por exemplo, se a unidade fabril tem um excedente de 1000, e 50 aderiram ao PDV, o restante vai para o Layoff.
Todas as unidades da Volkswagen empregam cerca de 14 mil trabalhadores, e a proposta tem o mesmo conceito para as quatro sedes, mudando apenas em alguns detalhes específicos de acordo com a planta.
