No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que Luciano Bivar, presidente do PSL, está “queimado para caramba”, o ministro da Justiça, Sergio Moro, jantou na terça-feira, 8, com o deputado e outros parlamentares da sigla em um restaurante de Brasília. A justificativa foi a de que era preciso discutir o pacote anticrime.
Antes de Moro chegar, Bivar teve conversa reservada com parte da bancada. A reportagem apurou que houve um desagravo ao presidente do PSL – correligionários estranharam o ataque público de Bolsonaro a Bivar.
No mesmo restaurante estavam os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Ambos tiveram diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil e enfrentam um desgaste de imagem.
Como se já não bastassem os encontros fortuitos, o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) protagonizou mais um. Logo que chegou ao restaurante, foi direto cumprimentar um jornalista, sem saber que ele estava com Dallagnol e Pozzobon. Assim, Jucá se viu cercado pela Lava Jato – Moro de um lado e os procuradores de outro. Em 2016, o emedebista deixou o cargo de ministro do Planejamento (governo Temer) após vir à tona gravação em que ele dizia ser preciso “estancar essa sangria”, em referência à Lava Jato.
Não foi apenas Jucá que passou aperto. Quando viu Moro entrar no restaurante, Dallagnol se levantou certo de que o ministro iria cumprimentá-lo. Nada disso. Atrasado, o ministro apressou o passo para o local reservado pelo PSL e foi direto cumprimentar Bivar. Deixou o ex-colega de Curitiba no “vácuo”. À reportagem, justificou nem ter visto Deltan. “Brasília é muito pequena mesmo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.