Aumento na tarifa de luz deve influenciar na conta de água

Várias cidades do País já estão sofrendo reajustes nas tarifas de água, e a alta não está sendo puxada apenas por medidas que buscam a redução do consumo, a exemplo do que acontece em São Paulo. O custo da energia elétrica, cada vez mais alto, passou a pesar mais nas operações das empresas de saneamento.

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Contas de luz devem ficar mais caras a partir de março

Até o ano passado, esse impacto financeiro era absorvido pela maioria dos fornecedores de água, mas em 2015 ele começa a chegar às contas dos consumidores. O Banco Central estima um aumento de 27,6% na conta de luz em 2015, que deve chegar aos clientes em março.

No Distrito Federal, por exemplo, a conta d’água vai ser reajustada em 16,20% a partir de março. Em 2014, o aumento na capital federal foi de 7,39%. Em Campinas (SP), a tarifa de água vai ficar 11,98% mais cara a partir de fevereiro. Lá a alta em 2014 foi de 6,63%. Esses aumentos também embutem efeitos como inflação e investimentos, mas são muito influenciados pela conta mais de luz mais salgada.

No Paraná, o último reajuste na conta de água aconteceu em março de 2014, quando a Sanepar aumentou a tarifa em 6,4%, índice que ficou abaixo do pretendido pela companhia, que havia solicitado correção de 8,17%. Ainda não há discussões sobre o reajuste nas contas de água dos paranaenses

Em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as empresas de saneamento e agências reguladoras avaliam o preço da energia elétrica para calcular suas tarifas ao consumidor.

Pesada

A energia costuma ser o segundo maior gasto das empresas de saneamento, e fica atrás apenas do peso da folha de pagamento. Em média, as empresas de tratamento de água e esgoto gastam 20% de seus recursos para pagar a luz. A folha de pessoal consome cerca de 40%.

Pressão financeira

O saneamento básico é um dos setores que mais consomem energia elétrica no País. Em 2014, o segmento representou cerca de 3% do consumo total do Brasil. Em 2013, as despesas do setor com energia elétrica ultrapassaram os R$ 3 bilhões e dá sinais de que os custos cresceram no ano passado. A pressão financeira levou a Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae) a iniciar uma campanha para pedir a redução do ICMS e do PIS que incidem sobre a conta de luz. Hoje, a área de saneamento já é beneficiada com política setorial. Concessionárias de água e esgoto têm desconto de 15% em suas tarifas. “Isso não está sendo suficiente e já está expresso nas tarifas atuais. Aumento da conta de luz significa reajustes mais altos na conta de água, o que leva a mais inadimplência”, diz Flávio Ferreira Presser, vice-presidente da Assemae.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

1 fev 2015, às 00h00.
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