Bolsonaro desiste de pronunciamento, mas indica participação em manifestações
O presidente Jair Bolsonaro desistiu do pronunciamento que prometeu fazer em rede nacional de rádio e TV neste sábado (16). A ideia era defender, mais uma vez, o fim do isolamento social, mas Bolsonaro preferiu esperar até que haja uma definição no Ministério da Saúde, que está sem ministro depois que Nelson Teich deixou o cargo.
Ainda não há previsão para a substituição definitiva do ministro. Muitos nomes foram cogitados, mas nenhum ainda foi confirmado pelo presidente. Com a saída de Teich, o secretário executivo do ministério, general Eduardo Pazuello, assume interinamente a pasta.
A intenção de fazer o novo pronunciamento, que seria o sexto desde o início da crise de coronavírus no Brasil, foi manifestada pelo presidente na última quinta-feira (14), durante videoconferência com empresários no Palácio do Planalto. O presidente defende uma abertura geral de estabelecimentos comerciais e o chamado “isolamento vertical“, que vale apenas para idosos e doentes.
“Nós temos que ter mais do que comercial de esperança, transmitir a confiança. Tanto é que vamos ter um pronunciamento gravado para sábado à noite nessa linha”, disse na ocasião.
Bolsonaro continua defendendo cloroquina
Apesar de desistir do pronunciamento, pelo Twitter, Bolsonaro voltou a defender, neste sábado, o uso da cloroquina, que ainda não tem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19. Na rede social, Bolsonaro compartilhou uma frase que diz que “um dos efeitos colaterais da cloroquina, remédio baratíssimo, é prevenir a corrupção”.
A cloroquina tem sido indicada com precaução por médicos principalmente devido aos riscos cardíacos. O remédio, inclusive, foi um dos motivos que levou Nelson Teich a sair do governo, por causa da pressão do presidente de que fosse recomendado o uso da cloroquina pelo então ministro da Saúde.
– @conexaopolitica pic.twitter.com/j2YdvqglCo
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 16, 2020
Manifestação a favor de Bolsonaro
Em Brasília, no fim da tarde deste sábado, o presidente Bolsonaro saiu rapidamente e falou com apoiadores na portaria do Palácio da Alvorada. Ele indicou que deve participar de novas manifestações favoráveis ao governo, neste domingo (17). “Onze horas na rampa”, comentou, em referência à rampa do Palácio do Planalto, de onde costuma acompanhar os protestos. Ele não falou com a imprensa.