"Tem que enfrentar o vírus", disse Bolsonaro ao defender a flexibilização do isolamento

por Redação RIC.com.br
Com informações do R7
Publicado em 17 abr 2020, às 00h00.

“Tem que enfrentar a chuva, tem que enfrentar o vírus“, essa foi a afirmação do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (16), defendendo que “não adianta se acovardar” e ficar em casa durante a pandemia do novo coronavírus. Essa declaração foi dada logo depois da demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta do ministério da Saúde.

Em seu pronunciamento, que também anunciou o oncologista Nelson Teich como novo ministro da Saúde, Jair Bolsonaro também disse que precisa evitar o aumento da taxa de desemprego. Além disso, o presidente voltou a defender o uso da cloroquina no tratamento da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Bolsonaro disse que a cloroquina “não tem esse efeito colateral todo”, se referindo aos efeitos graves que foram amplamente divulgados. Nesta semana, inclusive, após mortes de pacientes, o estudo com cloroquina foi interrompido. O presidente argumentou que o medicamento é usado desde 1975, vendido em farmácias para tratar da malária, e que vem sendo utilizado amplamente em todo o país.

Bolsonaro quer a flexibilização do isolamento social

Tem que voltar a escola. Não tem notícia de alguém abaixo de dez anos de idade que foi a óbito ou foi pra UTI”, defendeu Bolsonaro, afirmando também que cogita enviar ao Congresso um projeto de lei para a flexibilização do isolamento social e manutenção de atividades essenciais que englobam “tudo que seja essencial para que você leve um prato de comida para casa”.

Segundo o presidente, o decreto já foi feito. “Preparei o decreto, depois vi que seria bombardeado. Talvez eu transforme decreto em projeto de lei e mande para a Câmara”, disse Jair Bolsonaro, afirmando ainda que não fecharia o comércio da forma que foi fechado em todo o país e alegou que agora os estados precisam lidar com perda de arrecadação do ICMS. “Quem vai pagar essa conta, o Jair Bolsonaro ou a população como um todo?”.

Preocupação do presidente é com o desemprego pela pandemia

Bolsonaro enfatizou que é preciso evitar o crescimento da taxa de desemprego que “cresceu bastante” e há “milhões que tinham carteira assinada que foram demitidos”. O presidente destacou também que o auxílio emergencial do governo, de R$ 600 por três meses, não é o suficiente.

Sobre o novo ministro da Saúde, Bolsonaro disse que vai atuar justamente com a preocupação de aliviar o problema do desemprego. “A ideia desse novo ministro é atacar os dois problemas”, disse o presidente, se referindo à saúde e ao desemprego, que, conforme sua avaliação, também é uma doença no Brasil. “Ainda está um pouco invisível”, defendeu.