Brasil registra recorde de 115.228 novos casos de Covid-19 em 24h
Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil registrou nesta quarta-feira 115.228 novos casos de coronavírus, informou o Ministério da Saúde, no que representa o recorde de infecções reportadas pelo país em um único dia desde o início da pandemia e eleva o total de contaminados a 18.169.881.
A cifra desta quarta supera como máxima diária a do último dia 25 de março, quando haviam sido reportados 100.158 casos de coronavírus no Brasil, país que detém o terceiro maior número absoluto de infecções, abaixo somente dos Estados Unidos e da Índia.
Além disso, o Ministério da Saúde também notificou nesta quarta 2.392 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no Brasil a 507.109 –o segundo maior nível do mundo, atrás dos EUA.
O recorde de casos em 24 horas ocorre em meio a uma nova escalada da epidemia no país. Segundo dados compilados pela Reuters, o Brasil voltou a liderar o mundo nos números médios diários de novas mortes e infecções, superando os índices da Índia.
Atualmente, o país é responsável por um em cada quatro óbitos e um em cada cinco casos registrados em todo o mundo a cada dia.
“115 mil casos em 24h! Chama-se terceira onda isso!”, disse pelo Twitter o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, que monitora o avanço da Covid-19 no Brasil. “Com apenas 12% da população com duas doses (da vacina) e pouco mais de 30% com uma, eu ainda acho que vamos ter muitas mortes. Infelizmente.”
Na quarta-feira, o Imperial College de Londres fixou a taxa de contágio do coronavírus no Brasil em 1,13, o que significa que cada 100 pessoas com o vírus o transmitem para outras 113. Na semana anterior, o índice era de 1,07. Só há desaceleração do contágio quando a taxa fica abaixo de 1.
Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19 em termos absolutos, São Paulo atingiu nesta quarta as marcas de 3.630.251 casos e 123.825 mortes.
O governo paulista decidiu prorrogar até 15 de julho as restrições atualmente vigentes no Estado, citando os índices ainda elevados de casos, internações e óbitos.
“Nós já sabíamos que, até o momento atual, o impacto da vacinação no número de casos, ou na transmissão do vírus, seria limitado, porque na faixa etária de 60 anos ou mais –que está com uma excelente cobertura– a contribuição para o total de casos é modesta”, afirmou em entrevista coletiva o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 no Estado, Paulo Menezes.
Ele frisou a importância da vacinação para a contenção da epidemia, acrescentando que o impacto da imunização da faixa etária de 40 a 59 anos deve ser observado de forma mais clara nas próximas semanas.
Conforme os números do Ministério da Saúde, Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas, com 1.757.649 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 54.662 mortes.
O governo federal ainda reporta 16.483.635 pessoas recuperadas da Covid-19 e 1.179.137 pacientes em acompanhamento.