Brasil vai revelar países que importam madeira ilegal da Amazônia, diz Bolsonaro em cúpula dos Brics

Publicado em 17 nov 2020, às 10h18. Atualizado às 10h20.

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro usou seu discurso na abertura da Cúpula do Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– para afirmar que nos próximos dias irá revelar quais países estariam importando madeira ilegal da Amazônia e contribuindo para o desmatamento da floresta.

No início de seu discurso na Cúpula –que neste ano acontece online por causa da pandemia de coronavírus–, falando de improviso, Bolsonaro voltou a acusar países críticos do seu governo de estarem importando madeira retirada ilegalmente da Amazônia. Segundo Bolsonaro, a Polícia Federal desenvolveu uma tecnologia que permitirá identificar a localização de madeira apreendida e também exportada.

“Então revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa, através da imensidão que é a região Amazônica, porque aí sim estaremos mostrando que esses países, muitos desses que nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão”, afirmou o presidente.

Segundo o presidente, boa parte dos países que criticam o Brasil pelo desmatamento da Amazônia fazem parte dessa lista que importa ilegalmente madeira brasileira.

“Estaremos revelando nos próximos dias países que têm importado madeira ilegal da nossa Amazônia. E alguns desses países têm sido severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica”, afirmou. “Creio que depois dessa manifestação, que interessa a todos, porque não dizer ao mundo, essa prática diminuirá muito nessa região.”

A ação prometida pelo governo brasileiro tem potencial para abrir outra crise diplomática com países com quem o Brasil já desenvolveu uma relação difícil pelas críticas ao aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia. Na semana que vem, Bolsonaro participa de outra encontro com chefes de Estado, a Cúpula do G20, que também acontecerá online.

Boa parte da madeira nobre retirada da região ilegalmente é vendida com documentos falsos e misturada à madeira retirada legalmente, como já demonstraram investigações da própria Polícia Federal e do Ministério Público.

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