Cascavel decreta situação de emergência por causa da crise hídrica

Publicado em 26 ago 2021, às 20h18.

O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, decretou situação de emergência por causa da estiagem prolongada, que vem trazendo a pior crise hídrica dos últimos 98 anos no Paraná. Diante disto, a prefeitura poderá intervir de maneira mais incisiva em comunidades onde a crise ficar mais severa.

Conforme o coordenador da Defesa Civil da cidade, Márcio Ribeiro, com o decreto a prefeitura vai ampliar o atendimento a locais mais afetados pela falta de água. Assim, é possível fazer investimentos, com prerrogativa de não precisar de licitação. A população, disse o coordenador, também irá orientar a população a fazer um consumo ainda mais inteligente e sustentável da água.

Mas a crise hídrica não afeta só a área urbana. Produtores rurais da região, revelou ribeiro, também foram muito prejudicados e perderam cerca de 30% das suas plantações.

“Agricultores e pecuaristas precisam fazer pagamentos, conseguir financiamentos e prorrogação de prazos para conseguir passar por esse momento de prejuízo no campo. Um decreto de emergência é o instrumento jurídico que os ajuda a renegociar dívidas e manter o abastecimento”,

explicou o coordenador da Defesa Civil.

Decreto

As considerações iniciais do decreto revelam que o nível de chuva nos últimos anos está muito abaixo do normal. Janeiro e dezembro de 2020, que totalizaram um acúmulo de 2.020 milímetros de água na região. O período de 1 de janeiro as 15 de agosto de 2021 obteve um acumulado de 647 milímetros de água, o que deixa os reservatórios num nível muito abaixo do necessário.

Com isto, o decreto autoriza a convocação de voluntários para reforçar ações de resposta ao desastre e a realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência
à população afetada pelo desastre.

Caso a situação hídrica se torne muito grave, a prefeitura poderá até desapropriar propriedades particulares que estejam em comprovada área de risco intenso, devendo a prefeitura indenizar o dono do imóvel.