Ciclone bomba no litoral do RS não deve atingir o Paraná

Publicado em 4 fev 2021, às 18h40. Atualizado às 18h52.

O Rio Grande do Sul está em atenção para a possibilidade de um ciclone bomba, que poderá se formar em alto mar, na noite desta quinta-feira (04). Apesar do risco, que se estende até amanhã a noite, o Simepar já descartou a hipótese de que ele chegue ao Paraná. No entanto, são estas condições meteorológicas no RS, associadas a uma frente fria, que estão causando tempestades neste fim de tarde e início de noite na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e litoral.

Conforme o meteorologista Samuel Braun, do Simepar, já há um ciclone extratropical se formando em alto mar, entre Argentina e Uruguai e avançando para a costa do Rio Grande do Sul. Conforme as condições, poderá se transformar em ciclone bomba nas próximas horas, porém deverá se afastar para o alto mar, não atingindo o Paraná desta forma. No litoral Rio Grande do Sul, talvez cause ventos fortes de até 80 Km/h. O mesmo vale para o litoral de Santa Catarina, onde os ventos podem atingir 70 Km/h.

No entanto, o alerta de possibilidade de um ciclone bomba para estes dois estados do Sul permanece até a noite de sexta-feira (05). Em julho do ano passado, um ciclone bomba causou diversos estragos em Santa Catarina.

TEMPORAIS NO PARANÁ

Apesar de não haver a possibilidade do ciclone extratropical chegar ao Paraná, é ele, associado a uma frente fria já instalada aqui na grande Curitiba, que está causando tempestades no fim de tarde e início de noite desta quinta-feira (04) na Região Metropolitana de Curitiba e litoral do Paraná.

Os temporais, explica Braun, são bastante comuns nesta época do ano, ainda mais quando encontram ambientes extremamente aquecidos, como foi o dia de hoje. No litoral, a temperatura chegou a 35.º na tarde desta quinta-feira, condições que promoveram ventos fortes.

O QUE É UM CICLONE BOMBA?

Ciclones bomba são atípicos no verão.

O ciclone é uma área de baixa pressão atmosférica. Ou seja, ele ocorre quando o ar se move para cima e, à medida que se afasta da superfície terrestre, provoca queda da pressão atmosférica naquela área. Essa queda atrai o ar de outras áreas próximas, causando ventos que são arrastados para o centro da formação do ciclone, criando ventos em formato de espiral.

Já o ciclone bomba se forma exatamente nestas condições. Porém acontece quando uma conjunção de fatores naturais possibilita uma queda abrupta da pressão, gerando intenso deslocamento de ar em poucos minutos.

ALERTA DE RESSACA

Por conta das condições climáticas, a Marinha emitiu alerta de grande agitação no mar, com ondas de até 4 metros de altura, entre os estados de Santa Catarina, ao norte de Laguna, e do Rio de Janeiro, ao sul de Arraial do Cabo, entre a manhã desta sexta-feira (05) e noite de sábado (06).

Também deverá ocorrer ressaca com ondas de direção Sul a Sudeste, com até 4 metros de altura, na faixa litorânea de Santa Catarina, ao Sul de Florianópolis, de hoje até sábado.