Saiba como o clima interfere cada vez mais na sua saúde
Publicado em 6 fev 2020, às 00h00.
(FOTO: Pixabay)
Você sabia que o clima interfere diretamente na nossa saúde? O meio ambiente pode ser responsável por alterações críticas em nossa qualidade de vida, principalmente quando o assunto são as mudanças climáticas.
De acordo com Marcelo Sampaio, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a tendência é que os impactos da mudança no clima fiquem cada vez mais evidentes na nossa saúde.
“Temos muitos estudos que comprovam o quanto estas mudanças climáticas são prejudiciais para o nosso organismo. Vemos aumentar os números de ataques cardíacos, arritmias e alterações de pressão, que são trazidos pelo clima”, comenta Marcelo.
Mudança da temperatura são causadas pelas ações humanas
As atividades humanas aumentaram a presença de gases de efeito estufa na Terra e no aquecimento global. Assim, o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso atrapalham a atmosfera, resultando em aumento da temperatura média.
Cientistas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmaram que a década passada foi a mais quente já registrada. Assim, em 2019 tivemos as mais altas temperaturas globais.
Por isso, Marcelo nos lembra que um dos principais órgãos afetados pela mudança da temperatura clima é o coração.
“Vemos aumentar os números de ataques cardíacos, arritmias, alterações de pressão trazidos pelo clima e as altas temperaturas ainda causam problemas respiratórios, reumatismo e até traz consequências psicoemocionais, produzindo altos níveis de estresse e tensão”, exemplifica.
Já se sabe que a mudança da temperatura provoca o aquecimento da água, o que facilita a transmissão de patógenos transmitidos nesse meio.
“As doenças transmitidas por mosquitos incluem algumas das mais comuns no mundo como dengue, a febre chikungunya e febre amarela e as doenças virais”, lembra o médico.
Como a mudança no clima interfere em nossa saúde
Calor
Já se sabe que a mudança da temperatura terrestre também aumenta o registro de pacientes com desidratações. Além disso, pode causar arritmias cardíacas, falências renais, acrescer os quadros infecciosos e as alterações de pressão.
Assim, há comprovação de que existe aumento da mortalidade durante ondas de calor devido a complicações em pacientes com doenças crônicas.
Frio
As temperaturas cada vez mais baixas, registradas principalmente na Europa e na América do Norte, aumentam as ocorrências de infartos, trazem problemas para as articulações e aceleram processos reumáticos.
Ar seco
A falta de chuvas ocasionada pela mudança da temperatura – e a cada ano mais acentuadas – acelera a secura. Assim, ocorre a piora da qualidade do ar, trazendo já conhecidos problemas respiratórios e levando muitos pacientes aos prontos-socorros.
Chuva e seca extremas devidas à mudança da temperatura
Já as enchentes, inundações, eventos climáticos como furacões, ciclones e até a seca extrema provocam diversos problemas.
Após as inundações são relatados muitos casos de leptospirose e infecções por criptosporidiose, que causam dores abdominais, diarreias, vômito e outros problemas sérios.
Diante das evidências de que o nosso ambiente se transforma pela mudança da temperatura, o médico lembra que, além da própria saúde, precisamos cuidar do bem-estar do planeta.
“Tudo isso tem impacto em nossas vidas, pois temos um organismo vulnerável. É evidente que precisamos redobrar os cuidados com a saúde do planeta onde vivemos” conclui o especialista
Então não tem erro: cuidando do planeta, cuidamos também da nossa saúde e do nosso bem-estar. Agora é só colocar em prática!