Na tarde desta segunda-feira (10), uma clínica clandestina foi fechada em Guarapuava. Com o óbito de uma das pacientes, foi possível a chegada da Polícia Civil ao local, que em imediato constatou que na casa funcionava um processo ilegal.
No local, seis idosos residiam como pacientes, e para cuidar dos mesmos, três pessoas moravam junto, duas mulheres sem nenhuma capacitação profissional para trabalhar com o gênero de pessoas e um técnico de enfermagem que comparecia ao local esporadicamente.
A clínica, que funcionava há dois anos, mantinha-se com o salário das aposentadorias dos pacientes.
Os donos da clínica sacavam todo o valor do benefício e se apoderavam integralmente do dinheiro. O saque era feito com autorização da família, que entregou o cartão do banco e senha para os criminosos. Ainda não se sabe se as famílias têm conhecimento sobre as condições precárias em que os idosos eram mantidos. De acordo com o delegado do caso, Italo Biancardi, a situação era desumana. “A situação do local era de abandono e precariedade. Eles eram medicados pelos criminosos, que sequer tinham capacitação para fazer, além disso, os medicamentos não tinham prescrição médica. Isso põe em risco a saúde das vítimas.”
O delegado afirmou que não há comprovações de agressão física e maus tratos, mas que isso será apurado. As duas mulheres e o técnico de enfermagem foram presos em flagrante.
As famílias também serão investigadas. Se comprovada conivência com o crime, os familiares serão autuados e responderão por abandono de vulnerável. Todos os idosos têm problemas de saúde e estavam completamente debilitados e foram encaminhados a outros abrigos da cidade.
As famílias até então não se pronunciaram sobre o fato, nem procuraram a polícia para obter esclarecimentos. Apenas parentes da senhora que faleceu foi contatada. A vítima que veio a óbito tomava medicamentos controlados, e na noite antecedente a morte, teve os remédios alterados, o que pode ter causado o falecimento.