Por Alvaro Murillo
SAN JOSÉ (Reuters) – Autoridades da Costa Rica e do Panamá prenderam na manhã desta terça-feira quase 50 pessoas ligadas a uma rede internacional suspeita de traficar imigrantes pela América Central rumo aos Estados Unidos, disseram procuradores.
Em uma das maiores operações contra traficantes de pessoas já realizadas no país, a polícia imigratória e procuradores costarriquenhos fizeram batidas em 36 locais na fronteira com o Panamá e a Nicarágua, prendendo 37 supostos membros da rede.
No Panamá, a polícia federal prendeu 12 pessoas ligadas à mesma rede, disseram autoridades locais.
O número de imigrantes cruzando a região para chegar aos EUA cresceu nos últimos anos, atiçando tensões entre o governo Trump e o México e a América Central.
O presidente dos EUA, Donald Trump, usou a ameaça de tarifas comerciais para pressionar o México e a Guatemala a reprimir os imigrantes que seguem para seu país.
Stephen Madden, vice-diretor da polícia imigratória da Costa Rica, disse que a rede criminosa cobrava entre 7 mil e 20 mil dólares para transportar cada imigrante.
A quadrilha movimentava indivíduos de vários países asiáticos e africanos, assim como de Cuba e Haiti, acrescentou.
O Panamá disse que sua operação repressiva envolveu 24 agentes da Procuradoria e mais de 50 policiais federais. No Twitter, a Procuradoria-Geral panamenha disse que os imigrantes estavam pagando 1.500 dólares ou mais para os traficantes para atravessarem o Panamá.
Autoridades da Costa Rica documentaram 249 imigrantes que foram transportados pela quadrilha desmantelada, mas Madden disse que “houve muitos mais”.
Entre os líderes da rede está um costarriquenho que trabalha no Ministério da Saúde e duas mulheres nicaraguenses, disse Madden em uma coletiva de imprensa com procuradores da Costa Rica.
Uma das mulheres, apelidada de “Mama Africa”, coordenava uma rede de moradias clandestinas para imigrantes em La Cruz, na província costarriquenha de Guanacaste, que faz fronteira com a Nicarágua, disse ele.
Segundo um relatório da polícia da Costa Rica, a investigação foi iniciada em 2018 e descobriu duas rotas usadas pela rede, uma por terra e outra por mar rumo a Honduras via Puerto Soley, um porto do norte.
(Reportagem adicional de Elida Moreno na Cidade do Panamá)