CPI da Câmara de Umuarama investiga se prefeito 'furou' fila da vacina contra Covid-19

por Renan Vallim
com informações do repórter Fábio Guillen / RIC TV
Publicado em 14 jul 2021, às 12h21.

Nesta terça-feira (13), a ex-secretária de Saúde de Umuarama, Cecília Cividini, prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga um suposto desvio milionário da Saúde no município. Os vereadores e o Ministério Público também apuram se o prefeito de Umuarama, Celso Pozzobom, ‘furou’ a fila da vacina contra a Covid-19 em janeiro deste ano.

Ao ser questionada pelos vereadores durante o depoimento, a ex-secretária, que foi afastada do cargo por suspeita de desvio de R$ 19 milhões do Fundo Municipal de Saúde, não quis responder se aplicou ou não a vacina no prefeito.

Em nota, o prefeito afirma que não vai comentar as oitivas da CPI. “O prefeito Celso Pozzobom declarou que acredita na eficácia das vacinas contra o coronavírus e que recomenda a utilização por toda a população. Inclusive ele informa que vai se vacinar no momento adequado. Por ora, não irá se manifestar a respeito das oitivas realizadas na CPI da Câmara Municipal”, afirma a nota.

O Ministério Público acredita que Cividini aplicou a vacina da Covid-19 no prefeito. Escutas telefônicas gravadas com autorização da Justiça apontam que a ex-secretária teria pedido para uma servidora do setor de vacinação do município levar uma caixa ao gabinete do prefeito. Na escuta, segundo o MP, ela recomenda que a servidora leve a caixa em um saco preto. A ex-secretária ainda teria dito que “se o prefeito de uma cidade deste tamanho não puder, então quem pode?”. De acordo com o MP, a ex-secretária se referia à vacina contra a Covid-19 para o prefeito.

A comissão foi aberta depois que o Gaeco prendeu sete pessoas e cumpriu mandado de busca na Prefeitura de Umuarama e também na casa do prefeito Celso Pozzobom. Segundo a investigação, há indícios de fraudes em licitações, com superfaturamento de contratos, emissões de notas fiscais frias, depósitos em contas de investigados e terceiros. As investigações indicam que empresas eram beneficiadas no esquema.