Milhares de mudas saíram do Horto Municipal de Curitiba nas últimas semanas. São as flores típicas de inverno, que já chegaram às ruas, canteiros, praças e parques da cidade. A estação tem cravinas, bocas-de-leão, amores-perfeitos e petúnias, em tons que passam pelo pink, amarelo, laranja, azul e branco.

A cada ano, o Horto Municipal produz aproximadamente 6 milhões de mudas. As flores de inverno permanecem nos espaços públicos até o mês de novembro, quando começam a ser substituídas pelas espécie de verão. No total, Curitiba tem 1,5 milhão de flores plantadas.

O Jardim Botânico é o local da cidade que concentra o maior número de flores. “Há  150 mil unidades, substituídas a cada três meses”, conta o diretor do departamento de Produção Vegetal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, José Roberto Roloff.

Linha de produção – Para produzir 500 mil mudas de flores a cada mês, os 70 funcionários que atuam no Horto Municipal do Guabirotuba contam com a preciosa ajuda da tecnologia. “Há dois anos usamos uma máquina que nos permite fazer a semeadura de 280 mudas em menos de um minuto”, exemplifica Roloff.

“Este mesmo processo levava mais de uma hora quando era feito de forma manual”, conta o auxiliar de produção Lourival (Mineiro) Ribeiro dos Santos, que trabalha no Horto há 30 anos. Apaixonado pelo o que faz, ele diz que nem pensa em parar de trabalhar.

“Tenho muito orgulho quando ouço turistas dizendo que a cidade está bonita por causa das flores”, diz. “Todos os dias passo de ônibus pela Avenida das Torres, que está sempre bem florida, e conto pra todo mundo que faço parte da equipe que produz aquelas flores”, afirma Mineiro.

Antes de chegarem às ruas, elas passam por várias etapas, numa verdadeira linha de produção. Mineiro explica que, após a semeadura, as mudas são levadas para uma câmara de germinação, local frio e úmido onde permanecem por cerca de quatro dias. Em seguida, são transferidas para a estufa de desenvolvimento, onde ficam protegidas do frio, chuva ou ventos durante o período médio de um mês.

A próxima etapa é a sala de repicagem, onde as mudas são transplantadas para as bandejas definitivas. No final do ano passado, este setor ganhou uma importante ajuda tecnológica, com a aquisição de uma máquina que automatizou o processo. “Com ela ganhamos tempo, otimizamos a mão de obra e aumentamos a eficácia”, diz Roloff.  “Isso nos permitiu dobrar a produção mensal”, explica.

O diretor informa que, com apenas dez pessoas atuando, a máquina de repicagem permite a produção máxima de 60 mil mudas num único dia. “Isso era uma meta impossível pouco tempo atrás”, diz.