O Fórum de Guarapuava, no centro-oeste paranaense, local onde acontece o julgamento de Luis Felipe Manvailer, recebe dezenas de manifestantes prestando solidariedade à família da Tatiane Spitzner, advogada morta em um episódio trágico que chocou o país em 22 de julho de 2018.

A manifestação está sendo realizada no mesmo horário que foi marcado o júri popular de Luis Felipe Manvailer, o biólogo é acusado de feminicídio e fraude processual, mas alega que a esposa teria cometido suicídio.

(Foto: Camila Andrade / RIC Record TV)

“É uma forma de demostrar apoio a família e uma homenagem a memória da Tatiane, pedindo por justiça. Que a justiça seja feita. A gente espera que haja uma punição para o que fizeram contra a Tatiane.”

contou a assistente social, Talita Percombuco

Cartazes com pedidos de justiça e frases como “Chega de violência” e “Basta de feminicídio” e flores estão sendo fixados na entrada do fórum.

O acesso foi limitado apenas para os envolvidos diretamente no caso, por conta das regras sanitárias impostas contra a Covid-19.

Relembre o caso 

Na noite de 21 de julho de 2018, câmeras de segurança flagraram o casal, Luis Felipe Manvailer, de 32 anos, e Tatiane Spitzner, de 29 anos, em uma discussão dentro do carro de Tatiane, enquanto chegavam no apartamento onde moravam, em Guarapuava. Nas imagens, é possível observar o momento em que Tatiane tenta se desvencilhar do marido, que a obriga a entrar no elevador que leva ao apartamento. 

Já durante a madrugada do dia 22, as câmeras registraram Tatiane caindo da sacada do apartamento, no quarto andar do prédio, e na sequência Manvailer indo até a calçada onde estava o corpo. O vídeo mostra ele arrastando a esposa até o elevador e depois, com outra roupa, limpando o local sujo com marcas de sangue.

Manvailer fugiu e foi preso após bater o carro próximo da divisa com o Paraguai, em São Miguel do Oeste. O corpo de Tatiane foi encontrado dentro do apartamento.

Para a polícia, Manvailer sustentou a versão de que Tatiane teria se jogado da sacada do prédio. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi por asfixia mecânica, provocada por esganadura e com sinais de crueldade. Além disso, testemunhas também relataram um relacionamento complicado do casal, com comportamentos violentos por parte de Manvailer.