Gêmeas siamesas Brasília: irmãs comemoram 1 ano neste sábado (1º)

Publicado em 1 jun 2019, às 00h00.

As gêmeas siamesas de Brasília separadas por cirurgia em 27 de abril comemoram 1 ano neste sábado (1º). Segundo boletim divulgado pelo Hospital da Criança de Brasília, onde Mel e Lis permanecem internadas, elas passam bem, mas a comemoração foi no local.  

Bêmeas siamesas de Brasília

Lis continua em acompanhamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ainda sem previsão de alta, enquanto Mel foi transferida para a Unidade de Internação (UIN). De acordo com a equipe médica, a recuperação de Lis segue o cronograma esperado para o tipo de cirurgia realizado.

"Elas ficaram se olhando, como se estivessem se reconhecendo", conta a mãe das gêmeas siamesas de Brasília.

“Elas ficaram se olhando, como se estivessem se reconhecendo”, conta a mãe das gêmeas siamesas de Brasília. (Foto: Maria Clara Oliveira/Divulgação/Hospital da Criança de Brasília)

Gêmeas Mel e Lis

A cirurgia de separação de gêmeos xipófagos craniópagos, nome dado a gêmeos siameses que nascem conectados pelo crânio, foi o primeiro do Distrito Federal e terceiro do Brasil. O procedimento durou 20 horas – teve início às 6h30 da manhã do dia 27 e terminou às 2h30 da madrugada do dia 28.

“Foi feito um planejamento para a cirurgia, pesquisa e conversas com o expert em gêmeos craniópagos dos Estados Unidos”, afirmou, por meio de nota, o neurocirurgião Benício Oton de Lima, que coordenou a cirurgia.

Irmãs se viram pela primeira vez

As irmãs siamesas de Brasília se viram pela primeira vez antes de Mel deixar a UTI, desde a cirurgia as duas não haviam se encontrado. Segundo o hospital, a mãe das meninas, Camilla Vieira, se emocionou bastante nesse momento. “Elas ficaram se olhando, como se estivessem se reconhecendo. Colocamos elas sentadas mais perto, pegaram na mão uma da outra, tentaram pegar a roupa da outra. Acho que foi um momento de paz delas. Foi a coisa mais linda, finalmente elas estavam ali, juntinhas”, afirmou.

Tratamento para separação

As gêmeas xipófagas chegaram ao hospital de Brasília em agosto de 2018, com apenas dois meses de idade, para começar o atendimento multidisciplinar, que incluia neurocirurgiões, anestesiologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas.

A partir disso, a cirurgia foi planejada. “Se nós não nos uníssimos, não íamos conseguir separá-las”, afirmou anestesiologista Luciano Fares, por meio de nota.

Aguardando a alta das filhas, os pais já comemoram a vitória. “Quando Lis saiu do centro cirúrgico, caiu realmente a ficha de que elas estavam separadas. Nosso sonho se realizou, a espera acabou e aquela guerra a gente venceu. Tem outras batalhas pela frente, mas essa, a gente conseguiu vencer”, disse a mãe, em comunicado divulgado pelo hospital.