Incêndios na Amazônia: Nasa divulga imagens de fogo visto do espaço
A Nasa publicou imagens dos incêndios na Amazônia nesta quinta-feira (19). As fotos, tiradas por um satélite da agência espacial norte-americana, mostram que as queimadas na floresta amazônica têm sido tão fortes que podem ser vistas do espaço.
Nasa mostra incêndios no Amazonas
O registro feito no dia 20 de agosto mostra os estados do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia cobertos de fumaça.
Smoke from wildfires in the #AmazonRainforest spreads across several Brazilian states in this natural-color image taken by a @NASAEarth instrument on the Suomi NPP satellite. Although it is fire season in Brazil, the number of fires may be record-setting: https://t.co/NVQrffzntr pic.twitter.com/4JTcBz9C8f
— NASA (@NASA) August 21, 2019
Em 11 de agosto, dias antes da fumaça chegar até a costa brasileira, os satélites da Nasa já mostravam os focos de incêndio mais concentrado na região norte do país.
Em 13 de agosto, as imagens de satélites indicaram que o fogo havia aumentado e a fumaça estava se espalhando por outros estados empurrada pelo vento.
O que causou incêndio na Amazônia?
Em entrevista à agência de notícias AFP, Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), foi enfático ao declarar os incêndios na Amazônia ocorrem, em grande parte, pelo desmatamento e não pela seca como afirmam o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Historicamente, as queimadas na região estão ligadas ao avanço do desmatamento, combinado a períodos de seca intensa. O que é estranho neste ano de 2019 é que não há uma seca tão severa como nos anos anteriores e há um aumento substancial dos focos de incêndio. As relações que a gente buscou entre desmatamento e focos de incêndio são muito fortes este ano, o que indica que a seca tem alguma influência, mas não é o fator preponderante”, disse Moutinho.
Queimadas no Brasil
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano, as queimadas no Brasil aumentaram 83% em relação ao mesmo período do ano passado — o que representa o maior número registrado nos últimos sete anos, com 72.843 pontos de incêndios.
Além disso, o Inpe também divulgou dados do Deter, um sistema de alertas em tempo real, que mostram o aumento de mais de 40% entre os desmatamento entre agosto e julho.
Amazônia, ONGs, Alemanha, Noruega e Bolsonaro
Nas últimas semana, a Amazônia tem estado no centro de uma polêmica que não envolve apenas o Brasil, mas também países europeus como, por exemplo, a Noruega e a Alemanha. O presidente Bolsonaro chegou a demitir o então diretor do Inpe Ricardo Galvão, quando os dados desfavoráveis à preservação ambiental foram divulgados. Na sequência, o governante atacou os países europeus e, em uma de suas declarações mais polêmicas, até culpou ONGs pelos incêndios na Amazônia.
Na última segunda-feira (19), os incêndios na Amazônia finalmente chamaram atenção do mundo todo quando o céu de São Paulo, que fica a 3.000 quilômetros da Amazônia, escureceu como se fosse noite, por volta das 15h, em consequência do mau tempo e da fumaça vinda das queimadas que atingem a floresta no norte e na região central do país.
Famosos e pessoas comuns se reuniram numa campanha pela Amazônia
No Twiiter, a hashtag #PrayforAmazonas passou a ser usada por todos aqueles que se preocupam com os aumentos dos incêndios na floresta Amazônica. Leonardo DiCaprio e Kim Kardashian também se manifestaram pelo Instagram -com a hastag #regram -preocupados com a situação brasileira.