Júri da operação Pane Seca é desmembrado; só três réus continuam na sessão

Publicado em 12 ago 2021, às 20h55.

O júri dos acusados de matar o fiscal de combustíveis Fabrizzio Machado da Silva, iniciado nesta quinta-feira (12) no Tribunal do Júri de Curitiba, precisou ser desmembrado. Um dos réus, Onildo Chaves de Córdova II, teve o júri anulado e será julgado em outra data. Já os outros três réus, Jeferson Rocha da Silva, Patrick Jurczyszyn Leandro e Matheus Willian Marcondes Guedes, permaneceram no julgamento, que deve se encerrar perto da meia-noite ainda desta quinta-feira.

Quem explica o desmembramento é defensor de Onildo, o advogado Adriano Bretas. Ele conta que a situação processual do seu cliente é diferente das demais, porque Onildo ainda tem recursos tramitando em Brasília. Além disso, ele não responde pela qualificadora (do homicídio) de vingança, como os demais réus. Por conta destas diferenças, ele solicitou o desmembramento, que foi acatado pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler.

No entanto, o júri desta quinta-feira (12) não foi presidido por Mychelle, e sim, pelo juiz substituto Thiago Flores Carvalho, que há alguns dias entendeu que não deveria haver desmembramento e determinou o reagrupamento. Quando o júri foi iniciado com os quatro réus nesta quinta-feira (12), o advogado Adriano Bretas impugnou a sessão e pediu que o juiz aguardasse a chegada de uma liminar em Brasília, documento que chegou horas depois.

Diante disto, o júri de Onildo foi anulado e será marcada uma nova data mais adiante, depois que todos os recursos em Brasília que estão em trâmite sejam esgotados. Para os outros réus, o júri continuou normalmente.

Réus

Na época, Fabrizzio participava de uma investigação sobre possíveis fraudes em postos de combustíveis em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A vítima foi assassinada a tiros no momento em que chegava em casa, no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba, no dia 24 de março de 2017, após um encontro com jornalistas. O fiscal também era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC).

Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Onildo é o responsável por encomendar a morte de Fabrizzio. Matheus e Patrick estavam no carro que bateu no veículo da vítima – Matheus dirigindo e Patrick teria sido o autor dos disparos. Já Jeferson foi apontado como intermediador.

Dois dias depois do homicídio, a Polícia Civil entendeu que a morte tinha relação com a investigação que Fabrizzio fazia deflagrou a Operação Pane Seca, que interditou nove postos de combustíveis em Curitiba e prendeu seis pessoas. Todos eram suspeitos de fraudar a quantidade de combustíveis vendidas aos consumidores finais. Ele instalavam dispositivos eletrônicos nas bombas, que interrompiam o fluxo de combustível que estava sendo colocado no tanque do cliente. No entanto, a bomba continuava a rodar e o consumidor pagava por combustível que não tinha entrado no tanque.