Justiça mantem Jairinho e Monique Medeiros em prisão preventiva

por Caroline Maltaca
com informações da Agência Brasil
Publicado em 20 jul 2021, às 18h10.

Apesar da defesa de Dr. Jairinho e Monique Medeiros entrar com um recurso no caso onde ambos são acusados da morte de Henry Borel, em 8 de março deste ano, a Justiça manteve o casal em prisão preventiva. Segundo o juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal da capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), “a prisão permanece imprescindível, ainda, para se assegurar a instrução criminal”.

Em audiência, o juiz destacou que a primeira fase de instrução sequer se iniciou e já foram encontradas testemunhas que mantinham contato estreito com os acusados e familiares da vítima para prestar depoimentos em juízo. Diante de tal cenário, “a liberdade dos acusados poderia causar justificável temor às testemunhas”.

Cotta relembrou também que há notícias de coação anterior de testemunhas pelos acusados, que as teriam forçado a mentir e/ou omitir sobre aspectos relevantes à elucidação do caso, quando foram prestar declarações à polícia. Ainda na decisão, o magistrado afirmou que:

“Além do crime de coação no curso do processo, se imputa aos acusados a prática de crime de fraude processual, demonstrando que há indícios de que os réus possam ter objetivado influenciar no curso das investigações”. As referidas condutas indicam desejo de embaraçar as investigações e, consequentemente, a regular instrução criminal, reforçando a necessidade da prisão para sua garantia”.

Penalidades acrescentadas

Na mesma decisão, o magistrado aceitou o aditamento feito pelo Ministério Público para acrescentar ao pedido de condenação dos acusados à reparação dos danos eventualmente causados pelos delitos a que são acusados em favor de Leniel Borel de Almeida Júnior, o pai do menino, em valor não inferior a R$ 1,5 milhão. O aditamento, no entanto, precisa seguir os trâmites da Justiça para ser confirmado.

“Proceda o cartório às cautelas de praxe, trasladando-se para local próprio. Intimem-se as defesas para que, no prazo de 5 (cinco) dias, ratifiquem ou complementem suas respostas, bem como rol de testemunhas e diligências, ressalvando que eventual inércia será considerada ratificação”, apontou.

O juiz considerou importante relembrar que os réus, no momento de cumprimento dos mandados de prisão temporária expedidos, foram localizados em endereço diferente do que tinham fornecido às autoridades.

Relembre o caso

De acordo com a polícia, a morte de Henry, de 4 anos, foi causada por agressões que ele sofreu no apartamento em que morava com a mãe e seu padrasto que, na época era vereador no Rio pelo partido Solidariedade. As informações apuradas apontam que, antes da fatalidade, o menino já tinha passado por torturas. Em 8 de março, a criança foi levada para o Hospital Barra D’Or, na zona oeste do Rio, mas chegou morto, conforme avaliação médica.

“Assim, impositivo que este juízo zele pela tranquilidade das testemunhas que eventualmente serão ouvidas durante o curso da instrução. Repise-se que os crimes imputados teriam sido cometidos com extrema covardia e agressividade e, portanto, a liberdade dos acusados poderia causar justificável temor às testemunhas, impedindo seu comparecimento”,

observou o juiz.

Prisão

Jairinho está preso desde o dia 8 de abril acusado de homicídio triplamente qualificado. Além da morte de Henry, o ex-vereador foi denunciado pelo Ministério Público Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em dois casos de torturas em filhos de ex-namoradas e ainda por violência doméstica.

No dia 30 de junho, Jarinho perdeu o mandato de vereador por quebra de decoro parlamentar, em decisão unânime dos vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Monique também está presa desde o dia 8 de abril.