Mãe de menino que morreu em acidente quer que pai da criança vá para júri popular

por Daniela Borsuk
com Adriana Lopes | RIC Record TV
Publicado em 22 abr 2021, às 13h48.

Na tarde desta quinta-feira (22), a família de Bernardo Marques de Lara, de quatro anos, que morreu em um acidente de moto com o pai, protesta no Fórum de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, para que o homem responda criminalmente na Justiça, seja indiciado por homicídio doloso e seja julgado por júri popular.

Conforme o relato da mãe, o pai do menino não tinha carteira de habilitação para moto e levou a criança sentada em frente ao tanque de gasolina do veículo, sem capacete.

“Ele cometeu, em um dia só, sete crimes. O primeiro crime foi que ele não tinha carteira de moto, então ele não tem que ter uma moto, meu filho estava sem capacete, meu filho tem quatro anos, meu filho não deveria estar na moto, ele estava em alta velocidade, estava na contramão, e ele também já tinha bebido em outros lugares antes de pegar a moto”.

defendeu Jaqueline, mãe de Bernardo.

Conforme a lei vigente na época do acidente, registrado em 21 de fevereiro deste ano, em uma rodovia de Almirante Tamandaré, somente crianças acima de sete anos podem andar na garupa da moto. Bernardo estava com quatro anos.

O protesto foi para sensibilizar promotores do Fórum para que o homem seja julgado pelo júri popular. Para a mãe da criança, o pai não sofreu com a perda e já está vivendo tranquilamente.

“Se ele tivesse que pagar sentindo a morte do filho, ele não estaria saindo, ele não estaria. Porque eu, que sou a mãe, eu não saio. Eu fico em casa, eu choro, eu fico triste, eu acabo com a minha vida, entendeu, e ele tá lá, bem, então não é justo. Ele tem que pagar, ele tem que ser incriminado. Que mundo é esse que um pai mata o filho e ele tá de boa por aí? É injusto.” 

Se manifestou Jaqueline.

Jaqueline, mãe de Bernardo, também defende que o pai seja indiciado por homicídio doloso, pois sabia o que estava fazendo ao colocar o filho na moto. “A partir do momento em que ele colocou o Bernardo na moto, ele tinha ciência do que ele estava fazendo […] ele estava de capacete. Porque ele estava de capacete e o meu filho não?“, questionou emocionada.