Mães afirmam que mais de dez crianças podem ter sido dopadas em creche

Publicado em 3 maio 2019, às 00h00.

Mães afirmam que mais de dez crianças podem ter sido dopadas em creche de Votuporanga, no interior de São Paulo (SP), na Vila Paes.

De acordo com Keli Nascimento, mãe do pequeno Hugo, de um ano e sete meses, o filho ia para esta creche quando tinha seis meses.

Entretanto, o que era pra ser uma rotina tranquila foi o período mais preocupante da família.

Segundo Keli, Hugo passou muito mal neste período, e precisou de atendimento médico várias vezes. Em uma delas, o garoto chegou ao hospital desacordado.

Crianças podem ter sido dopadas em creche: relato de uma mãe

“Os cinco meses que ele ficou lá era constantemente a creche ligando, ligava pra mim, ligava pro meu esposo e falavam “vem pegar o Hugo, ele não tá bem”. Chegava lá era sempre os mesmos sintomas, olhar longe, apático, mole. Ele não aguentava parar a cabeça sozinho”, contou Keli. 

Apesar dos sintomas, todos os exames realizados não apontavam nenhuma alteração. Dessa maneira, Keli começou a ficar desconfiada.

Orientada por uma advogada, ela tirou o filho da creche, registrou um boletim de ocorrência, e em seguida realizou um exame toxicológico.

O resultado, jamais esperado, surpreendeu a toda família: o que não passava de uma desconfiança se tornou uma situação preocupante.

Conforme apontado no exame, o filho teria ingerido Clonazepam, um calmante de uso controlado que só pode ser usado com acompanhamento médico. “Estavam dopando o nosso filho com Clonazepam na creche”.

Hugo não foi a única vítima

Depois que a história ganhou repercussão, percebeu-se que Hugo não era a única vítima.

A princípio, até agora dez mães que tiveram seus filhos matriculados na mesma creche já procuraram as autoridades. 

Entretanto, como elas não registraram boletins de ocorrência na época, apenas serão testemunhas no inquérito.

Caso comprovado, o responsável por dopar as crianças pode responder criminalmente por lesão corporal.

Risco de morte

A funcionária pública Fernanda Oliveira também viu o filho correr risco de morte. A criança foi parar na UTI de um hospital com sintomas parecidos ao de Hugo. 

Na época, infelizmente, a família não procurou a polícia.Fizemos exame de tomografia, ressonância, exame de sangue e não constava nada”.

Segundo Fernanda, a preocupação dos médicos era saber se a criança tinha caído. “Ele estava desmaiado, até então a gente não sabia que tinham dopado ele”, contou em entrevista. 

Inquérito ainda não foi concluído

De acordo com Bruna Carvalho, advogada das mães, todos as crianças eram da mesma turma e estavam sob os cuidados dos mesmos educadores.

Neste momento, Bruna disse que aguarda a conclusão do inquérito para então decidir se vai processar a prefeitura responsável pela administração da creche.

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