Um montanhista curitibano morreu após ser picado por uma cobra no Panamá no último domingo (27). Agora, a família de Sandro Godoy, de 45 anos, tenta arrecadar dinheiro para pagar o translado do corpo para Curitiba e realizar o sepultamento.
Sandro, que era mecânico, morava há cerca de um ano e meio no Panamá e possuía vasta experiência com montanhismo.
Montanhista curitibano morreu após ser picado por cobra resgatando a companheira
Segundo uma mensagem de áudio enviada por Queila Souza para familiares do montanhista, os dois subiram o Cerro Trinidad e quando iniciavam a descida, por volta das 16h, o acidente aconteceu.
“Quando eu subi eu já encontrei ele morto”, contou Queila.
Na ocasião, a mulher – que caiu de uma altura aproximada de 200 metros- bateu a cabeça, desmaiou e acordou quando já era noite. Sem nenhum visibilidade, ela permaneceu no local até a manhã de segunda-feira (28), quando subiu a trilha e encontrou o montanhista curitibano morto, deitado em uma pedra. Ela chegou acreditar que ele estivesse dormindo, mas quando tocou em Sandro, percebeu que o corpo já estava frio e que ele apresentava mãos e lábios roxos.
“Em que momento que ele levou a mordida também não sei porque eu nem sabia que ele tinha levado a mordida. Quando eu subi eu já encontrei ele morto. Isso quer dizer o que, que ele foi picado depois que eu caí ou ele tava tentando me resgatar ou, de repente, uma cobra tava ali em cima já ou talvez eu até tenha me assustado com a cobra . Eu não me lembro. Acho que por conta do trauma, eu esqueci”, explicou a companheira do montanhista.
Ainda conforme Queila, os bombeiros que fizeram o resgate dos dois também observaram pegadas de Sandro em direção ao local onde ela estava desacordada, o que pode apontar que o montanhista foi picado pela cobra enquanto tentava resgatá-la.
A família não sabe informar qual cobra picou a vítima, mas pontuou que o montanhista estava com a mão bastante inchada quando foi encontrado morto.
Montanhista não estava tirando selfie
Ainda conforme Queila, ela não lembra exatamente como tudo aconteceu, mas ela nega que tenha despencado da montanha enquanto tirava uma selfie. “Eu não me recordo do momento da queda. Mas eu nunca fazia selfie,então é impossível ter sido por causa de uma selfie. Eu já tava com a minha mochila nas costas, isso quer dizer então que a gente já tava voltando, a gente já ia começar a descer. O mais provável é que tenho escorregado porque tava liso lá. Eu lembro da gente ter comido e a gente só ficar um pouco lá em cima e ia voltar. A gente não tinha nem visão de lá de cima. Eu devo ter escorregado em uma pedra”, disse no áudio.
Família tenta trazer corpo do Panamá
Nesta quinta-feira (31), familiares do montanhista curitibano que morreu após ser picado por uma cobra fazem uma ação na rua João Bettega, em Curitiba, para arrecadar dinheiro para pagar pelo transporte do corpo. Eles estão vendendo garrafas de água para motoristas no semáforo. Além disso, uma vaquinha virtual também foi criada para ajudar reunir os R$ 35 mil necessários para o translado.
“A família tá muito unida, a nossa movimentação é grande. A gente tem fé em Deus que hoje a gente consiga liberar toda a documentação lá do Panamá. E todo valor arrecadado, todas as forças que a gente tá juntando é mesmo pra trazer o corpo e fazer um velório digno pra ele”, declarou emocionada uma sobrinha do montanhista.