Aos 120 anos, mulher mais velha do mundo morre em Douradina
Maria Filomena da Conceição, considerada a mulher mais velha do mundo, morreu em Douradina, no noroeste do Paraná, nesta terça-feira (16). Dona Filó, como era conhecida pelos amigos, completou 120 anos em março deste ano. (Assista reportagem abaixo)
Nascida em 1900 no município de União dos Palmares, em Alagoas, ela deixa seis filhos, 33 netos, 40 bisnetos e 14 tataranetos.
Segundo a família, a idosa já estava debilitada nos últimos meses, não conseguia mais andar e passava a maior parte do tempo deitada. No último sábado (13), ela precisou ser levada até um hospital de Umuarama, na mesma região paranaense, após sentir falta de ar e permaneceu internada até seu falecimento. A causa da morte foi registrada como pneumonia.
A mulher mais velha do mundo registrada pelo Guinness World Records, o livro dos recordes, até janeiro de 2020, é uma japonesa de 117 anos. Além dela, uma mineira nascida em 20 dezembro de 1900 também tentou o título, mas a certidão de nascimento de dona Filó comprova que ela era mais velha do ambas.
História da mulher mais velha do mundo
Em março de 2019, ela concedeu uma entrevista à RIC Record TV e contou um pouco da sua vida. Sem problemas de saúde, as únicas dificuldades de dona Filó, na ocasião, eram a audição e a memória que já não eram mais as mesmas.
Mesmo assim, a idosa ainda estava lúcida e contou que passou a maior parte sua vida trabalhando na roça e tirou o sustento dos quatro filhos da terra, os quais criou sozinha. “Plantava milho, plantava feijão, plantava de tudo. Trabalhava muito. Eu gosto de carpir”, disse.
A história da mulher mais velha do mundo não é diferente da de muitas mulheres que sofrem violência doméstica. Na década de 50, cansada do comportamento agressivo do marido, dona Filó fugiu para o Paraná e trouxe consigo duas filhas. Mas ao que tudo indica, após tantos anos, a ferida ainda continuava aberta já ela não gostava de lembrar os tempos de sofrimento na mão de quem devia tê-la amado e cuidado.
“Não gosto de falar dele não. Ele batia”, declarou categórica à RIC Record TV.
Na época, duas das filhas de dona Filó acabaram ficando em Alagoas e, em 2015, com ajuda de familiares, a mãe pôde localizar uma delas. No entanto, a outra, chamada de Maria José Martins, nunca foi encontrada.
Marineide dos Santos, neta de dona Filó, contou que a família tentou de todas as formas achar a filha deixada para trás, mas nunca descobriu seu paradeiro. Ela explicou ainda que todos acreditam que a idosa viveu tantos anos na esperança da mãe de rever a filha.
“Sempre ele falava escreve para a Maria que ela vai aparecer. Ela sempre me pediu para encontrar ela, para saber onde ela estava morando, que ela queria ver a tia Maria. Ela pede muito por isso. Sempre que você fala de Maria, ela se anima”, contou a Marineide na ocasião.
“Eu tô esperando para encontrar a Maria, é um sonho”, disse dona Filó.
