“Um cenário de guerra…fazem 48 horas que aconteceu o rompimento das barragens. As informações são abstratas perto da realidade daqui”, declarou Arthur Gava
Um estudante de medicina veterinária de Cascavel, no oeste do Paraná, é voluntário na tragédia que destruiu não só o meio ambiente, mas muitas vidas em Brumadinho, em Minas Gerais, após o rompimento da barragem na última sexta-feira (25). Arthur Gava também foi voluntário em Mariana, em novembro de 2015, na tragédia da Samarco, e contou um pouco do que está vivendo nos últimos dias.
Animais vivos em meio a lama
“Graças a Deus ainda existem animais vivos, nem todos estão atolados na lama, muitos ficam ao redor nas margens e então o resgate se torna mais fácil”, contou Gava que é voluntário da área de medicina veterinária. O jovem ainda relatou que após o resgate de animais que estavam nas margens, os voluntários foram encaminhados para o Córrego do Feijão -local onde haviam dois bovinos atolados. “Tentou-se o resgate de um, mas ele estava muito resistente, bravo e não deixou que chegássemos perto. Ele foi alimentado e amanhã [hoje] vamos içar com o auxílio de helicóptero”, contou.
Cenário de guerra em Brumadinho
É assim que Arthur definiu o cenário em Minas Gerais após o rompimento da barragem: “Um cenário de guerra…fazem 48 horas que aconteceu o rompimento das barragens. As informações são abstratas perto da realidade daqui”. O jovem ainda contou sobre a madrugada de domingo (27), quando os voluntários foram atender um chamado e às 5h30 a sirene da Vale soou e todos tiveram que sair às pressas, já que esse era o prenúncio de um risco de rompimento da terceira barragem.
Em uma mensagem, ele contou sobre o sentimento vivido naquele momento. “Estamos aflitos, isolados..não podemos sair a campo porque temos que preservar nossas vidas, mesmo com tanta ânsia por ajudar os animais e também as pessoas. São centenas de pessoas desaparecidas, familiares em busca de informação, helicópteros decolando a todo momento.”
Voluntariado em Mariana
O jovem ainda contou que está na mesma Brigada Animal da tragédia de Mariana, em 2015, com os mesmos colegas feitos naquela ocasião. “Todos nós, novamente, com o mesmo objetivo: salvar”, declarou. Arthur ainda pediu mais empatia de todos por Minas Gerais. Assista!