Nova geração: pesquisa revela as características predominantes
Uma nova pesquisa realizada pela ViacomCBS, intitulada como: a Geração Z – Power Disruption: Como a Nova Geração está mudando o significado do que é poder. Os dados relevam que a relação com o poder está mudando.
Segundo a pesquisa, essa nova geração que está se formando em meio a cenários desafiadores é prática, convive com a ideia de que o futuro é incerto e apresenta descrença na velha ordem das coisas. É uma geração genuinamente colaborativa e acredita na resolução de conflitos.
É informada e consciente e, por isso, não espera menos do que a verdade, autenticidade, transparência e clareza em discursos e ações.
Gerações mais jovens costumam ser pioneiras em processos de mudança ao longo dos anos. Afinal, testar limites de poder é um marco do desenvolvimento. Para eles, hoje, o poder está muito mais fluído.
Para as marcas, essa nova pesquisa apresenta territórios e meios de dialogar e impactar essa população da forma correta. Tornando-se relevante e evitando ao máximo o tribunal virtual, uma das grandes características dessa geração.
A pesquisa
Entre julho e agosto de 2019, a ViacomCBS realizou a pesquisa Geração Z – Power Disruption utilizando a seguinte estrutura:
• Pesquisa qualitativa levou três dias de discussões online, em 8 países (EUA, Reino Unido, Austrália, Argentina, Brasil, Índica, Polônia e África do Sul), além de 2 semanas de imersão nos EUA.
• Pesquisa quantitativa ouviu 11 mil entrevistados, em 10 países (EUA, Argentina, Austrália, Brasil, China, Itália, Filipinas, Polônia, África do Sul e Reino Unido).
• Participantes têm idades entre 13-53 anos, mas o foco da pesquisa foram os respondentes entre 13 e 25 anos de idade.
Principais resultados
No Brasil, 73% dos entrevistados afirmaram que:
‘minha geração tem mais capacidade de realizar mudanças positivas do que as anteriores’ (61% globalmente).
A definição e o papel do poder estão mudando. Quando perguntados sobre o que representava poder no passado e o que representará no futuro:
• 54% dizem que poder no passado beneficia poucos (60% globalmente);
• 33% dizem que poder no passado significa controle (44% globalmente).
Sobre o poder no futuro
• 92% tecnologia (89% globalmente);
• 83% influência social (78% globalmente);
• 80% impacto (73% globalmente);
• 79% colaboração (74% globalmente);
• 78% inclusão e pertencimento (67% globalmente).
Os jovens esperam tornarem-se líderes:
• 80% acreditam que podem ser bem sucedidos fazendo o que escolherem (72% globalmente)
• 75% querem ser seus próprios chefes ou querem ter seu próprio negócio (68% globalmente)
O caminho de amadurecimento dessa nova geração está acontecendo em tempos tumultuados e que os leva a buscar novas oportunidades:
• 78% seguem algumas pessoas e marcas nas redes sociais somente para manterem-se informados (72% globalmente)
• 77% buscam por mais educação e informação do que têm acesso nas instituições de ensino (73% globalmente)
• 71% buscam por conteúdos que reflitam opiniões diferentes das suas (63% globalmente)
Daí o fato de o interesse pelo termo ‘empoderamento’ ter crescido muito nos últimos anos e dele hoje significar consciência coletiva.
Sobre o que dá sensação de poder:
- ver os resultados das minhas ações;
- ser reconhecido e elogiado;
- ser aceito.
Hoje, o poder cultural é uma rede coletiva:
• 74% afirmam que as redes sociais me dão voz no que diz respeito ao que me importa (62% globalmente). Brasil está em primeiro lugar entre os países ouvidos.
O poder varia constantemente entre mídia e social media, sem um único líder a frente das mudanças:
• 1/3 afirmam que todos deveriam ter poder (57% globalmente)
• 60% afirmam que hoje o poder é dividido entre mais pessoas do que era no passado (55% globalmente)
A narrativa agora é de poder coletivo – amplificando pautas, reivindicando, contando histórias de um novo ponto de vista. E é nesse mesmo frenesi que todos os temas que surgem, podem também desaparecer.
Sobre os diferentes caminhos da “verdade”:
• 35% não confiam nas fontes de informação que existem hoje (28% globalmente)
O Brasil se destaca como um dos países com o mais alto grau de desconfiança nas fontes de informação. Atrás apenas dos EUA (37%) e seguido pela Argentina (34%).
As pessoas se tornaram uma rede de juízes e a narrativa coletiva pode rapidamente se tornar perversa. Com essa nova dinâmica, chega a autocensura:
• 63% afirmam: não exponho minha opinião para não causar conflito (Brasil primeiro lugar).
Para onde o poder está indo?
O ativismo – principalmente o jovem – está questionando todas as instituições. E antigos ‘disruptores’ hoje são considerados instituições.
Nesse contexto é evidente a expectativa de que as marcas tenham um novo papel:
Top 3 no Brasil:
• 1) demitir funcionários e líderes que abusem do poder, 2) conscientizar as pessoas sobre as injustiças do mundo e 3) apoiar e financiar pessoas em estado vulnerável
Top 3 Global:
• 1) conscientizar pessoas sobre as injustiças do mundo, 2) demitir funcionários e líderes que abusem do poder e 3) apoiar e financiar pessoas em estado vulnerável
Para as marcas, vale reforçar que posicionamentos claros e ações condizentes ajudam a evitar o ceticismo e o boicote. Essa nova geração está de olho em tudo e principalmente sobre o que é dito vs. o que é realmente feito. A boa notícia é que entre os jovens há espaço para retratação e para marcas que evoluem e se adaptam proativamente.