O objetivo é diagnosticar e tratar precocemente doenças que poderiam ser transmitidas ao bebê durante a gestação, parto ou amamentação. A meta do governo é disponibilizar o teste rápido de Aids e sífilis em todas as unidades básicas de saúde do Paraná até 2015.
No Brasil, estima-se que 21 mil crianças e adolescentes de até 19 anos sejam portadores do vírus HIV e ainda não sabem disso. A maior parte dos casos corresponde a crianças que foram infectadas através de transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez) e não tiveram um acompanhamento adequado durante o pré-natal.
Desde o início do sistema de notificações da Secretaria da Saúde, em 1987, o Paraná já registrou 834 casos de Aids por transmissão vertical. Com a melhoria do atendimento às gestantes no Sistema Único da Saúde, esse número caiu para 53 crianças nos últimos três anos.
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, o exame é mais prático que os convencionais e pode ser ofertado em locais com grandes aglomerações de pessoas, como shows, festivais e eventos esportivos. “O teste rápido não demanda grande estrutura. Leva em torno de 40 minutos para ficar pronto e precisa de apenas uma gota de sangue, que é retirada do dedo da pessoa”, explica.
Antes da realização do exame, a pessoa é informada sobre a importância do diagnóstico. Independentemente da realização ou resultado do teste, ela é orientada sobre as formas de prevenção e transmissão das DSTs. “Caso o resultado dê positivo, ela recebe o atendimento de um profissional preparado para prestar todo o suporte psicológico e dar informações sobre o tratamento disponível pelo SUS”, diz a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Elisete Ribeiro.
CAPACITAÇÃO – Neste mês, os profissionais de saúde dos CTAs começaram a ser capacitados na Escola de Saúde Pública do Paraná, em Curitiba. “Esses profissionais serão referência para a implantação do teste rápido de HIV e sífilis na Atenção Primaria à Saúde”, afirma Elisete.
Em abril e maio, o treinamento será direcionado a profissionais que executarão os testes em maternidades e unidades básicas de saúde integrantes da primeira fase do programa Mãe Paranaense.
“Além disso, o Estado contará com um grupo de instrutores que participará de reuniões com o Ministério da Saúde para trocar experiências sobre as ações desenvolvidas pelos governos estaduais”, diz Elisete.
Desde 2010, 380 profissionais já foram habilitados a realizar o teste no Estado. Em 2012, a previsão é de que mais 800 executores sejam capacitados – 420 vinculados à atenção básica e 380 ligados a hospitais, CTAs, Serviços Ambulatoriais Especializados e secretarias municipais de Saúde.