Paranaense viaja até Roraima de caminhão para ajudar refugiados

Publicado em 20 maio 2019, às 00h00.

Na última sexta-feira (17), o paranaense Luiz Eduardo Pimentel de Freitas, de 56 anos, iniciou sua terceira viagem em direção a Roraima com o objetivo de levar roupas e mantimentos a famílias de refugiados que vivem na região.

Paranaense viaja até Roraima para ajudar refugiados

Freitas, que mora em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, ficou sensibilizado com a situação vivida pelo povo e criou uma campanha para ajudar os  imigrantes que fogem da crise e atravessam a fronteira com o Brasil.

Luiz na divisa com o Mato Grosso do Sul preparando um café! (Foto: Arquivo pessoal)

Caminhoneiro comprou alimento do próprio bolso

Seu Luiz é gerente de uma empresa de compra e venda de pneus usados e nas primeiras viagens comprou alimento do próprio bolso. O valor veio de um adiantamento de quatro anos do seu 13º salário, que somou R$ 30 mil, e mais R$ 13 mil de outras economias.

“Amor ao próximo. Vendo gente morrendo de fome, sem ter o que comer, e nós aqui se esbanjando. Eu tirei dinheiro do bolso na primeira viagem. A segunda tivemos parceria com a Igreja e essa terceira a empresa que eu sou gerente está bancando 97% de toda essa compra. Eu acho que é dever de todo cidadão brasileiro, de todo mundo é olhar para o semelhante, olhar para o próximo. Ajudar. Não custa nada acudir nossos semelhantes. Nosso vizinhos venezuelanos”, disse Freitas. 

Distância percorrida até Roraima

Em fevereiro, na primeira viagem, Freitas levou 10 toneladas de alimentos e roupas. Já em abril, foram encaminhadas 20 toneladas de mantimentos. A carga é composta por alimentos não-perecíveis como arroz, feijão, macarrão e farinha de trigo.

Ele percorre, aproximadamente, 10.400 quilômetros de ida e volta, em 20 dias de viagem. A maior parte do trajeto é feita com o caminhão da empresa da família. A outra parte é percorrida de balsa. “São 12, 13 dias de viagem. Chega em Porto Velho e tem que ficar à mercê de balsa. Daí, são 1200 Km por água, aí é seis dias se tudo correr bem”, conta Freitas sobre a viagem.

Emocionado, o paranaense explica que as grandes dificuldades que envolve uma viagem de caminhão do Paraná até Roraima valem a pena. “Eu leio a Bíblia, e sabendo que o que eu tô levando é o alimento, pro pessoal lá. Não tem o que reclamar, pra mim é um conforto. Todo esse sofrimento se torna prazer”, explicou. 

Ao todo, apenas nessa viagem, Freitas está levando 25 toneladas de alimentos para as famílias venezuelanas que estão distribuídas em 11 acampamentos organizados pelo Exército Brasileiro. 

Apoio

O caminhoneiro tentou apoio de órgãos governamentais do Paraná, mas não teve respaldo. Porém, durante a campanha, conseguiu apoio de algumas instituições religiosas e empresas. O Exército monitora a carga via satélite e auxilia na logística. 

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