Parede do Hospital de Clínicas terá projeções com relatos da Covid

Publicado em 17 maio 2021, às 22h50. Atualizado em: 18 maio 2021 às 10h59.

A Montenegro, Unimed Curitiba e a Associação dos Amigos do HC apresentam, no dia 20 de maio, às 19h, a primeira ação do Projeto Vida: uma projeção de vídeos na fachada do Hospital de Clínicas, em que profissionais de saúde diretamente envolvidos no enfrentamento da pandemia contam suas experiências dentro de um dos maiores centros de combate ao coronavírus no país.

“Essas histórias, ao lado de um livro e de uma exposição interativa, fazem parte do Projeto Vida, e são um registro importante de como esses profissionais afirmam seu protagonismo diante de um cenário de crise, encontrando outras narrativas individuais e coletivas”, afirma Carolina Montenegro, idealizadora do projeto.

A projeção de vídeos na fachada do Hospital de Clínicas terá duração de 40 minutos, sendo cerca de 7 minutos cada sessão. Primeiro será apresentado o vídeo institucional sobre o Projeto Vida seguido do vídeo manifesto com os depoimentos dos profissionais de saúde gravados no hospital.

A estrutura de projeção utilizará um projetor barco de 26 mil ansilumins, equivalente à qualidade de projeções feitas pela Disney e as apresentações de Natal no Palácio Avenida. A ação completa será transmitida ao vivo pelo perfil no Instagram e no canal do Youtube dos Amigos do HC.

O livro, que será publicado em agosto, e depois, quando os eventos presenciais forem liberados novamente, vai virar a primeira exposição de arte interativa sobre a vida das pessoas durante a pandemia, traz análises e previsões sobre os impactos deixados pelo coronavírus. São entrevistas com médicos, psicanalistas, terapeutas, economistas, sociólogos e filósofos.

“Fizemos uma análise completa dos efeitos da pandemia, por todas as óticas, com uma perspectiva comportamental do que se passou na vida nas pessoas ao longo desse período”, conta Carolina. “A ideia de retratar a vida a partir de diferentes pontos de vista é sensível e empática. O conteúdo é um recorte necessário no registro histórico e compreensão do que vivemos e seu impacto no todo”, destaca Guilherme Krauss, escritor convidado.

Um jogo de futebol no meio da semana. O encontro com amigos no fim da tarde. Uma comemoração de aniversário e um almoço de domingo com a família. Aulas, trabalho, viagens, shows, cinema, planos e sonhos. “Somos afetados com notícias diárias sobre os milhões de empregos perdidos, os milhares de mortos. Mas, e as perdas consideradas subjetivas, que vivenciamos e impactam diretamente na construção das relações do futuro? Precisamos estar atentos aos resultados que a pandemia deixa dentro de cada um de nós”, acrescenta Carolina.

Lições do passado

O impulso de registrar o que está acontecendo é antigo – o diário de Anne Frank (1929-1945), a adolescente alemã de origem judaica que escreveu sobre o isolamento da família durante a Segunda Guerra Mundial, é um dos maiores exemplos: o diário se tornou um documento histórico, foi traduzido para 70 idiomas e, 75 anos após a morte da autora, é um dos livros mais lidos do mundo. A produção da pesquisa é realizada por um grupo de jornalistas, escritores e pesquisadores que trará um recorte da vida reconstruída após o isolamento social, com novos hábitos, posturas e pensamentos.

“Olhar para o passado nos ajuda a compreender o presente e tomar decisões melhores no futuro. Ao resgatarmos a história da humanidade, percebemos que as crises, reestruturações e mudanças são uma constante. Há 50 anos o mundo passava por uma ‘crise na saúde’, impulsionada pela influência de um modelo médico hegemônico, de altos custos, que não compreendia as necessidades de atendimento do ciclo da saúde- doença cuidado. Toda essa história, trilhada inicialmente pelos médicos fundadores, será apresentada nessa obra, que enaltece a mobilização da humanidade em se adaptar às mudanças”, destaca o diretor-presidente da Unimed Curitiba, Rached Hajar Traya.