Presidente Bolsonaro diz que o Brasil precisa ser informado do coronavírus, mas sem pânico

Publicado em 12 abr 2020, às 00h00.

O presidente Jair Bolsonaro disse, neste domingo (12), que o Brasil precisa ser informado sobre o que “realmente acontece”, sem pânico. Sem citar diretamente o isolamento social praticado em vários estados brasileiros, assim como em todo o mundo, em virtude da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro disse que as pessoas precisam de liberdade.

Sua fala ocorreu na abertura de uma videoconferência com representantes católicos e evangélicos com o objetivo de celebrar a Páscoa. Essa celebração foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do Planalto e do próprio Bolsonaro.

Bolsonaro começou sua fala afirmando que o Brasil é “o país mais cristão do mundo”, disse que vivemos um momento difícil, sem citar o diretamente o novo coronavírus. Em seguida, acrescentou que só Deus tem a cura. “Vivemos um momento difícil. Sabemos quem pode nos curar [nesse momento, Bolsonaro aponta para cima]. Deus sempre acima de tudo. Nós aqui na Terra temos que fazer a nossa parte.”

“Sem pânico”, disse Bolsonaro

Precisamos cada vez mais de liberdade. O país precisa ser informado do que realmente está acontecendo. E não através do pânico, mas através de mensagens de paz, de conforto, [para] cada um se preparar para a realidade”.

O presidente é um defensor do fim do isolamento imposto à sociedade para evitar que a covid-19, altamente contagiosa, se espalhe ainda mais pelo país. A doença, provocada pelo novo coronavírus vírus, já matou no Brasil, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, 1.123 pessoas. Mais de 22 mil pessoas estão infectadas.

Prejuízos econômicos

Bolsonaro tem manifestado preocupação com os prejuízos econômicos que vêm junto com o isolamento social, uma vez que grande parte do comércio está fechada. Setores como o turístico e de restaurantes, dentre outros, já registram perdas significativas.

Para combater a recessão, o presidente defende o chamado “isolamento vertical”. Nele, apenas os grupos de risco ficariam isolados em casa. Ou seja, idosos e doentes crônicos ficam em casa, enquanto jovens e adultos saudáveis sairiam de casa para trabalhar normalmente.