Mais um agente foi libertado na Penitenciaria Industrial de Guarapuava (PIG), mais Com isso, baixa para 9 o número de agentes penitenciários mantidos reféns do grupo de aproximadamente 50 detentos amotinados há quase 35 horas. Pelo menos cinco presos que cumprem pena por crimes sexuais na penitenciária também são reféns dos rebelados.
O 1º Tenente da Polícia Militar (PM), Fábio Zarpelon, deu entrevista coletiva no final da tarde de hoje e informou que 11 detentos foram retirados da penitenciaria e transferidos para a Cadeia Pública de Guarapuava depois de passarem por atendimento médico. Outros três presos estão hospitalizados e o quadro de saúde deles é estável, segundo o tenente Zarpelon. Assista a entrevista na reportagem exibida no RIC Notícias desta terça-feira:
De acordo com a assessoria da Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, antes de libertar o 12º refém, por volta das 11h30 desta terça-feira, os presos entregaram uma lista de reivindicações. As exigências foram encaminhadas por negociadores da PM, logo após as negociações terem sido retomadas, por volta das 7h. As conversações tinham sido suspensas no final da noite de segunda (13).
A assessoria ainda não obteve a confirmação da íntegra das exigências dos presos rebelados, mas adiantou que, entre elas, há um pedido de transferência de detentos para outras unidades prisionais do estado. A assessoria também não soube informar quantos e quem são os apenados que pedem para ser remanejados.
As reivindicações estão sob análise da Secretaria de Justiça, em conjunto com outros órgãos do governo estadual. Embora ainda não haja uma resposta, a entrega da lista já é vista como um avanço nas negociações.
Rebelião
Um grupo de detentos iniciou uma rebelião no fim da manhã de segunda-feira (13) na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG). Segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju), alguns presos mantêm outros 160 detentos e 12 agentes penitenciários como reféns. Um outro agente que estava em poder dos rebelados chegou a sofrer queimaduras com cola quente e acabou sendo liberado em seguida para receber cuidados médicos. Ele foi socorrido e passa bem.
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De acordo com informações de funcionários da unidade prisional e de parentes dos presos, o conflito teria começado por causa da má qualidade da comida. Uma das exigências é de que os presos que foram condenados por crimes sexuais sejam transferidos do complexo.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) desconfia que os rebelados estejam aguardando ordens de alguma facção criminosa. Porém, de acordo com o Departamento de Execução Penal, a demora em apresentar uma pauta de reivindicações, vem do fato de que os presos não conseguem chegar a um consenso sobre os pedidos.
Presos acusados de estupro são mantidos amarrados e seminus sobre o telhado, onde a sensação térmica pode chegar aos 50ºC. Três presidiários reféns conseguiram fugir, saltando de uma altura de mais de cinco metros. Dois se feriram gravemente e foram socorridos pela ambulância do próprio presídio.
Os rebelados estenderam faixa informando que fazem parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Aos gritos, eles pedem a presença de um promotor, de um juiz e do governador do Estado. A juíza da Vara de Execuções Penais, Patrícia Carbonari está no presídio e tenta negociar com os detentos.
Atualmente a Penitenciária Industrial de Guarapuava conta com 240 presos e, em média, tem aproximadamente 18 servidores em cada plantão. A unidade é considerada modelo, onde a maioria dos presos trabalha e estuda. Essa é a primeira rebelião desde sua inauguração, há 15 anos.
“Os agentes estão revoltados com o descaso e também estão com medo de trabalhar, pois todos os dias somos reféns em potencial e não sabemos se depois do turno de trabalho retornaremos para nossas famílias”, afirmou Antony Johnson, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen).
Confira a reportagem exibida no jornal Paraná no Ar desta terça: